Não convidem para a mesma mesa o presidente Michel Temer e o senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Ou melhor: convidem, sim. Porque tudo o que eles desejam é se entender – quando nada para no futuro voltar a brigar outra vez. Sempre foi assim. Brigam e fazem as pazes.
Temer precisa desesperadamente de Renan para aprovar no Congresso as reformas trabalhista e da Previdência. Renan precisa desesperadamente de Temer para tentar se reeleger senador no próximo ano. Se tudo isso é verdade, e parece ser, a paz armada será decretada em breve.
Ambos andam nervosos ultimamente. E com razão. Amanhã começa o julgamento na Justiça Eleitoral das contas da chapa Dilma-Temer. Em tese, o julgamento poderia resultar na cassação da chapa por abuso do poder econômico. Temer perderia o mandato, Dilma os direitos políticos.
Não será assim. Se corresse o risco de poder ser assim, algum ministro do Tribunal Superior Eleitoral pediria vista do processo, remetendo seu desfecho sabe-se lá para quando. Mas é natural que Temer se preocupe. O episódio só serve para desgastá-lo, enfraquecendo o governo.
Renan enfrenta o desconforto de ser o campeão de processos no Supremo Tribunal Federal, muito deles oriundos da Lava Jato. Sua imagem em Alagoas vai de mal a pior. Há candidatos fortes à disputa das duas vagas de senador por lá. E Renan está aflito com a possibilidade de uma derrota.
Temer e Renan têm como se socorrer.
Por Ricardo Noblat
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