sexta-feira, 2 de novembro de 2012

O que está por trás dos atentados do PCC em São Paulo


A ROTA NA RUA - Na favela São Remo, em São Paulo, policiais buscam bandidos que mataram um PM da tropa de elite

A guerra velada que estourou entre policiais e criminosos nas últimas semanas em São Paulo tem origem em duas mudanças. A primeira foi a troca de comando na Secretaria de Segurança Pública paulista, em março de 2009. Ao assumir a pasta, o ex-promotor de Justiça e ex-oficial da Polícia Militar Antonio Ferreira Pinto fez uma faxina na cúpula da Polícia Civil, então às voltas com escândalos de corrupção, e definiu o combate ao crime organizado como uma de suas prioridades. Para isso, integrou os vários departamentos de inteligência - o da polícia Civil, o da Militar e o da Secretaria de Administração Penitenciária, que monitora os presos - e elegeu a Rota como a tropa que o ajudaria a efetivar seu plano. Grupo de elite da PM paulista, a Rota não tem uma região de atuação específica - então, pode ser acionada para agir em determinado crime ou para executar operações previamente planejadas. Sua primeira operação sob o comando de Ferreira Pinto, em abril de 2009, resultou na prisão de dezoito bandidos da facção criminosa PCC. Assim como a escolha de Ferreira Pinto para o comando da secretaria, a união de esforços entre as polícias foi uma mudança positiva - aumentou a eficiência da repressão ao crime em geral e às ações do PCC em particular. Mas cobrou o seu preço.

Da parte da Rota, houve comprovados abusos, como na operação feita em maio deste ano em uma favela na Zona Leste de São Paulo. Nela, um criminoso do PCC, já rendido, foi executado às margens da Rodovia Ayrton Senna, conforme investigação da polícia (os policiais acusados pelo crime estão presos). O episódio serviu de pretexto para que lideranças menores do PCC ordenassem a matança de policiais. "Se for executado um (integrante do bando) será executado 2 policial (sic)", dizia um dos bilhetes vindos de criminosos que passaram a circular em favelas da Zona Sul de São Paulo. Numa delas, a de Paraisópolis, a polícia encontrou na semana passada um conjunto de papéis supostamente pertencentes ao PCC. Eles incluíam uma lista com o nome e a rotina de quarenta policiais, prováveis alvos do bando.

Até agora, as investigações apontam que os maiores líderes do PCC, como o detento Marcos Willians Camacho, o Marcola, não têm envolvimento nos crimes. Há tempos a facção criminosa deixou em segundo plano a prática de extorquir presos para se dedicar à muito mais lucrativa atividade do tráfico de drogas. Marcola e companhia sabem que o tumulto prejudica os negócios. E reside aí a certeza de especialistas de que a onda de assassinatos de policiais está prestes a ceder. O PCC visa ao lucro. A guerra traz prejuízo. Sendo assim, em breve seus líderes deverão ordenar um recuo. A polícia, mesmo tendo perdido 88 dos seus desde o início do ano, não fará o mesmo.

3 comentários:

Rambo disse...

Belissima análise.

Anônimo disse...

Clovis, a sensação que tenho é de que, quanto mais a Globo faz a reportagem do jeito e da maneira com que são gravados, e com tanta rapidez sãos divulgados os crimes, mais os bandidos se encarregam de outras chacinas, ou seja eles cometem cada dia uma chacina porque sabem que as emissoras se possível no mesmo instante irão ao local dos crimes para mostrar em tempo real. Isto faz com que os bandidos pensem da seguinte forma. " Vamos praticar as chacinas porque as emissoras de TV vão exibi-las e com isso os policiais irão manter distância de nós".

Lancelot disse...

Anônimo, primeiro gostaria que vc como cidadão se expressasse como cidadão. Deixa de ser anônimo amigo.

A rede Globo é a mais nova prostituta política do país.

Eu tenho certeza que tudo que está acontecendo em São Paulo tem o dedo do PT. O PCC já se declarou partidário do PT. Em épocas de eleição, em são Paulo, sempre tem problemas como esses que estão acontecendo