quinta-feira, 29 de novembro de 2012

CORRUPÇÃO, por Brasilino Neto


Brasilino Neto
Corrupção, no Dicionário Michaelis é: decomposição, putrefação, depravação, desmoralização, devassidão, é o que hoje vivemos em nosso país.

Dada a correria do dia a dia centro minhas leituras aos jornais e revistas aos sábados e domingos, embora durante a semana leia um jornal regional.

Porém, estou chegando à conclusão que estou fazendo um péssimo negócio ao me portar assim, pois estrago meu final de semana e, como conseqüência, a semana toda, eis que fico remoendo o que li e imaginando a degradação generalizada da corrupção.

Em casos recentes, o episódio conhecido como “mensalão”, o envolvimento do escritório do governo federal em São Paulo, que agora se sabe um autêntico balcão de barganhas e o caso da jovem prefeita de Natal, Micarla de Souza (PV), afastada judicialmente por acintosa corrupção e com índice de rejeição de 92%.

Ainda temos o descalabro de ver que a Caixa Econômica Federal e BNDES investiram R$ 600 milhões, isto mesmo R$ 600 milhões, usurpados do FGTS na Rede Energia, ao grupo insolvente (quebrado) de Jorge Queiroz de Moraes Junior. 

O “mensalão”, mais que o escândalo que está nele embutido, é o relatório final ensaiado pelo relator Odair Cunha, PT de Minas, não apontando os corruptos, que todos os brasileiros sabem quem são, e o pior, pede investigação de Roberto Gurgel, o Procurador Geral da República. Simplesmente vergonhoso.

Referentemente ao escritório da Presidência da República em São Paulo, onde a chefe de gabinete Rosemary Nóvoa de Noronha mandava, desmandava e desandava, de forma a tornar aquele local um autêntico balcão de negócios escusos, com nomeações de apaniguados que davam pareceres de acordo com sua ordem e interesses.

Cabe destacar que a presidente Dilma agiu rapidamente, determinando o afastamento dos envolvidos e que os ministérios e agências em que trabalham abram sindicâncias. Que isto realmente seja sério e que suas ordens sejam mesmo cumpridas em respeito ao seu povo. 

A prefeita Micarla é um descalabro pessoal e político, pois jovem e com futuro alongado, que também fazia de seu gabinete um balcão de recebimento de comissões 10% das compras da prefeitura de Natal e, não satisfeita, seu marido também entrava na bolada das comissões entre 2 e 5%. 

Quanto à aquisição da Rede Energia pelos bancos estatais é mais vergonhoso ainda, pois sabiam da insolvência que o grupo Rede Energia, pois as informações da ANEEL são públicas, e mesmo assim investiram essa fortuna na empresa quebrada.

Para se ter uma idéia da gravidade da situação, demonstro: o BNDES adquiriu 16% das ações, a Caixa Federal 26%, 30% em mãos de investidores menores e 29% com Jorge Queiroz, que hoje está vendendo seu percentual para a CPFL e a Equatorial por R$ 1,00, isto mesmo que você está lendo, um real.

No diálogo de “A Republica”, Platão descreve: “... a república ideal, que tem por objetivo a realização da justiça entendida com atribuição a cada um da obrigação que lhe cabe, de acordo com as próprias aptidões”, e aqui, em tosca comparação com o Mestre, os personagens a que acima me referi deveriam agir de acordo com suas próprias aptidões não estando na política, mas armados e assaltando nas ruas. 

Porém, mesmo ante todo esse descalabro usurpação aos cofres públicos, que tiram recursos que poderiam ser destinados aos mais necessitados, estamos silentes e omissos, e que estamos perdendo, ou melhor, já perdemos a capacidade de nos indignarmos, achando que isto é normal.

Isto é triste, muito triste.

3 comentários:

Da Taiada disse...

Está aqui mais um dos elucidativos artigo do Brasilino. Parabéns ao articulista e ao blog por nos possibilitar a leitura clara e simples de como as coisas, com tristeza, ocorrem em nosso país.

Lito disse...

Perfeita matéria, mas triste realidade. Parabéns Brasilino.

Anônimo disse...

Irreparável, mas como diz o Lito, triste realidade.