
O estado de São Paulo passou a ser visto como terra de ninguém. Todas as ocorrências são tratadas como parte da tal onda de violência. Exibem-se números como se o padrão anterior fosse o da “morte zero”. Há uma média, arredondando (e elevando) os números, de 4 mil assassinatos por ano no Estado – e isso o coloca na condição de unidade da federação em que menos se mata no país. Dividendo-se 4 mil por 365, acontecem, também em média, 11 assassinatos dolosos por dia no estado. Ignorar esses números ao tratar da “onda de violência” é fazer mau jornalismo. Não é só isso. Vejam o noticiário. Todos os mortos são postos no mesmo balaio: bandidos mortos em confronto com a polícia; policiais mortos em confronto com criminosos; acertos de conta entre desafetos, crimes passionais… Tudo isso seria parte da “onda”.
Contabilidade macabra
“Mas que contabilidade macabra é essa?” Macabro é o Brasil, em que são assassinadas cerca de 50 mil pessoas todos os anos, diante de um governo federal, este sim, inerme, incapaz de organizar uma política de segurança pública. Não vou desistir dos fatos. Se, no Brasil, o índice de homicídios fosse o de São Paulo, 30 mil vidas seriam poupadas todos os anos.
São Paulo está sendo alvo de um ataque organizado, que é de natureza política. Ferreira Pinto, que deixa a secretaria, levou o estado à mais baixa taxa de homicídios de sua história. Se, repito o que escrevi em artigo na VEJA, o pior número do estado se repetisse todos os dias – 22 assassinatos -, ainda assim, o estado estaria entre os mais seguros do Brasil.
E é precisamente esse estado que está debaixo de vara. É o resultado da união objetiva entre o PCC, o governo federal e setores da imprensa.
Por Reinaldo Azevedo
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