Vera Araújo, O Globo
Cada vez mais paraquedistas abandonam a vida na caserna para pousar no campo minado do tráfico ou das milícias. Homens de elite do Exército com mais cursos especializados em combate, os militares da Brigada Paraquedista são alvos fáceis das quadrilhas, uma vez que não há perspectivas de emprego quando saem do quartel.
Uma pesquisa feita pelo Centro de Produção, Análise, Difusão e Segurança da Informação do Ministério Público Militar (MPM) revela que, de janeiro de 1997 a agosto de 2007, houve 191 deserções, sendo 175 só de soldados, oito sargentos e oito cabos, alguns reincidentes.
De acordo com o levantamento, 25 cometeram crimes depois da deserção (16,13%).
As táticas militares mostradas por bandidos da quadrilha do chefe do tráfico da Rocinha, Antonio Bonfim Lopes, o Nem, durante uma manobra para protegê-lo, que culminou com a invasão do Hotel Intercontinental, em São Conrado, no mês passado, chamou atenção para os "soldados" do traficante.
No último dia 1, foi preso o ex-cabo paraquedista Jorge Luiz de Oliveira - cujo nome na caserna era J. Oliveira e, no morro, tinha o apelido de Jorginho PQD -, acusado pela polícia de fazer a segurança de Nem.
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