A Procuradoria-Geral de Justiça informou nesta segunda-feira que vai encaminhar para a Corregedoria-Geral do Ministério Público um pedido para que seja instaurado um procedimento disciplinar contra o promotor Eliseu José Berardo Gonçalves, responsável pelo caso Suzane von Richthofen. Em entrevista ao "Fantástico", exibida ontem pela Rede Globo, ele afirmou que a jovem acusou uma quarta pessoa pelo assassinato dos pais, em 2002.
Suzane foi condenada a 38 anos de prisão em regime fechado por participar do crime. Ela está presa na penitenciária em Tremembé (a 147 km de SP). Também foram condenados pelo crime os irmão Cristian e Daniel Cravinhos.
O promotor afirmou na entrevista veiculada ontem que "o dia, o local, o horário, a maneira da execução foi tudo planejado pelo senhor Astrogildo Cravinhos [pai dos irmãos Cristian e Daniel]". Segundo Gonçalves, Astrogildo teria "confeccionado os instrumentos usados na execução do crime".
Em nota, a Procuradoria diz que o procedimento disciplinar deverá apurar uma possível "falta funcional praticada em razão de o promotor não ter tomado providências à época em que tomou conhecimento de fato." O órgão afirmou ainda que para instruir o procedimento foi solicitada à emissora cópia da entrevista.
A advogada da família Cravinhos, Gislaine Jabur, disse ao "Fantástico" que a declaração do promotor "é desprovida de qualquer documento que comprove que Suzane tenha falado o que ele está afirmando".
Gonçalves já foi suspenso por 22 dias pela Corregedoria do Ministério Público sob a suspeita de ter tentado seduzir Suzane, em 2007. Segundo a jovem relatou a uma juíza, o promotor teria se oferecido para ajudá-la e até teria colocado uma música romântica quando ela foi ao gabinete dele. Gonçalves nega.
O promotor continuou negando a acusação de tentativa de sedução. Ele também disse que nunca a beijou ou a chamou de apelidos carinhosos. Durante os 22 dias de suspensão, o promotor não irá receber salário.
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