Não há nada mais ultrajante que um político que tenta ludibriar o cidadão. E o candidato do PSol ao governo paulista, Paulo Búfalo, conseguiu mostrar que Aloizio Mercadante falta com a verdade quando o assunto em debate não lhe interessa, assim como faz a grande maioria dos políticos, acostumados a respostas evasivas.
Perguntado sobre a sua repentina mudança de posição no caso dos atos secretos, que tomou conta do Senado em 2009, Mercadante, que defendia a imediata penalização do maranhense José Sarney e seu afastamento da presidência do Senado Federal, disse que continua condenando o escândalo. Considerando que o candidato petista mantém a opinião que tinha por ocasião do imbróglio parlamentar, não há razão para ter recuado diante da pressão palaciana.
À época, sentindo-se contrariado, Aloizio Mercadante ocupou a tribuna do Senado para anunciar que renunciava em caráter irrevogável à liderança do PT na Casa. Dias mais tarde, o mesmo Mercadante retornou à tribuna para anunciar que fora obrigado a revogar o irrevogável. Diferentemente do que respondeu ao candidato Paulo Búfalo, o senador petista foi alvo de uma dura e contundente carraspana do presidente Luiz Inácio, que o obrigou a permanecer no cargo. A afirmação de que Lula disse “você [Mercadante] é imprescindível para o nosso [do PT] projeto” é conversa mole.
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