quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Não tenho duas caras, diz Serra sobre aborto

Tucano insinua que discurso de Dilma mudou em relação ao tema para não atrapalhar seu desempenho nas eleições: 'Eu digo sempre a mesma coisa'

O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, disse não ter "duas caras", insinuando que sua adversária Dilma Rousseff (PT) mudou o discurso em relação à legalização do aborto para não atrapalhar o desempenho na campanha.


"Quando eu falei que sou contra a legalização do aborto, esta foi minha atitude. E respeito quem pensa o contrário. Eu não digo uma coisa ali e outra mais adiante", afirmou ontem à noite, em comício em Barueri, na Grande São Paulo. "Minha vida não tem segredos. Eu digo sempre a mesma coisa. Não tenho duas caras. Tenho uma só."
Ao comentar as declarações do ex-governador mineiro Aécio Neves (PSDB) defendendo um rearranjo da campanha presidencial tucana num possível segundo turno, Serra disse que agora espera contar com a presença efetiva de Aécio."Seria até bom, até porque ele vindo para a campanha seria mais fácil porque o Aécio esteve na campanha dele", declarou o presidenciável.
Segundo ele, os candidatos a governador - e a senador, como é o caso de Aécio - se dedicaram às suas campanhas regionais, mas num eventual segundo turno terão chance de se dedicar mais à campanha presidencial.
Dinâmica. "Não estou dizendo que está na hora de (Aécio) entrar ou não entrar", afirmou. "Estou dizendo que no momento em que não tem mais eleições estaduais você tem outra dinâmica."
Aécio havia dito que num possível segundo turno a campanha de Serra precisaria de "um freio de arrumação", com uma politização maior, regionalização de discursos e incorporar algumas propostas do PV da candidata Marina Silva.
Em pouco mais de uma hora e meia, Serra percorreu o calçadão do centro comercial de Barueri cercado de militantes e candidatos do partido. Ele foi recebido com fogos de artifício e chuva de papel picado em festa promovida pelo prefeito Rubens Furlan, do PMDB.
O prefeito apelou para que os eleitores levem a disputa presidencial para o segundo turno. "Ninguém pode levar um cheque em branco sem antes discutir", disse Furlan, referindo-se a Dilma Rousseff. Depois de Barueri, Serra seguiu para um encontro com militantes na Mooca.

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