Seis em cada dez pessoas não conseguem manter uma conversa de dez minutos sem mentir ao menos uma vez. Pode acreditar: isso não é uma lorota. É o resultado de um estudo feito por psicólogos da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos, há quinze anos. Desde então, o que mudou não foi quanto tentamos enganar o próximo, mas sim onde e como isso é feito. As redes sociais tornaram a disseminação da mentira algo tão veloz e poderoso como nunca se havia visto. O mundo das mentiras virtuais tomou tamanha dimensão que chega a afetar a imagem até mesmo dos cientistas — nos últimos anos, tornaram-se frequentes as denúncias de estudos que falsificam dados ou copiam por completo outras pesquisas, que são desmascarados on-line. Reportagem de VEJA desta semana mostra como a tecnologia pode ser usada para flagrar fraudes. Um artigo de pesquisadores da Universidade Tilburg publicado na revista científica Nature em 2015 apresentava os resultados de um software desenhado para verificar informações publicadas por universidades. A ferramenta, batizada de statcheck, analisou, em um primeiro estágio, pesquisas divulgadas entre 1985 e 2013. Em apenas duas horas de operação, foram identificados erros em 13% de 16 700 desses textos. A partir daí, o programa foi aplicado, com eficiência quase completa, a cerca de 50 000 artigos.
Na revista Veja desta semana
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