O juiz Fernando Gabriele Bernardes, titular da 9ª Vara da Justiça do Trabalho no Distrito Federal, autorizou a Caesb, empresa pública de águas e saneamento do DF, a demitir por justa causa o dirigente sindical Pedro Cerqueira Medeiros, vulgo “Caititu”, um dos mais agressivos líderes da invasão de funcionários em greve ao gabinete do então presidente da estatal, Oto Guimarães Júnior, em agosto de 2014, quando ele foi feito de refém.
A invasão ocorreu durante reunião entre o presidente e a direção do sindicato, para discutir as reivindicações. Testemunhas afirmam que cerca de vinte grevistas invadiram a sala apitando e batendo nas cadeiras. O então presidente tentou deixar a empresa, mas foi impedido à força de entrar no próprio carro, empurrado de volta a sua sala, sob xingamentos e insultos com palavrões. A maior parte da agressão foi registrada em vídeo e anexada ao processo movido pela Caseb. Oto Guimarães Júnior chegou a ficar refém por 40 minutos. A Polícia Militar precisou usar spray de pimenta para conter a confusão.
‘Atitude deletéria’
O inquérito e as imagens demonstraram que “Caititu” não apenas participou da invasão como nada fez para tentar dissuadir seus colegas.
“Sua inércia diante da agressividade do movimento já poderia ser considerada exercício abusivo do mandato sindical”, escreve o juiz em sua sentença.
Mas a atitude agressiva de Pedro Cerqueira Medeiros, o “Caititu”, em relação ao presidente da empresa, segundo o magistrado, constitui atitude “deletéria” ao ambiente negocial.
Ameaça: ‘vai ter defunto aqui’
Além disso, quando o presidente-refém fez menção de chamar a polícia, o sindicalista “Caititu” ameaçou: “se chamar a polícia, vai ter defunto aqui”. Naquele ano, a greve foi considerada ilegal pela Justiça do Trabalho.
O juiz lamenta que nesta época em que se espera maior grau de civilidade das pessoas, trinta anos depois da redemocratização, “tornou-se comum a invasão de prédios públicos como linguagem de protesto”.
Radicalismo
O sindicalista “Caititu” ainda integra a diretoria executiva do Sindáguas, entidade conhecida pelos movimentos agressivos e radicalizados. Atualmente, esse grupo lidera a greve dos funcionários da Caesb que completa 35 dias nesta terça-feira (21). Alguns dos principais líderes do movimento, especialistas em dificultar qualquer entendimento, são ligados a partidos radicais do tipo PSTU e PSOL, hostis ao PSB do atual governador, Rodrigo Rollemberg, como o eram na época em que Agnelo Queiroz (PT) governava o DF.
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