O ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki homologou nesta sexta-feira o acordo de delação premiada firmado pelo doleiro Alberto Youssef, caixa do petrolão e um dos principais colaboradores das investigações sobre o escândalo. Agora, Youssef passa a receber benefícios judiciais em troca das informações que prestou às autoridades. O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que também fechou acordo de delação, passou para o regime de prisão domiciliar quando teve o acordo homologado.
Nos vários depoimentos que presto, Youssef detalhou o esquema de pagamento de propina a políticos e então diretores da Petrobras, além de elucidar o esquema de fraudes em licitações da estatal. Também disse que empreiteiras envolvidas no escândalo repassaram dinheiro desviado da Petrobras para a campanha presidencial do PT em 2010 e simularam contribuições legais para ocultar a fraude.
O doleiro ainda implicou no escândalo a presidente Dilma Rousseff e seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, conforme revelou VEJA.
Essa não é a primeira vez que Youssef celebra um acordo de delação premiada. Em 2004, o doleiro foi um dos colaboradores das investigações do esquema do Banestado. O acordo, porém, foi suspenso porque ele descumpriu regras firmadas com o Ministério Público e voltou a praticar crimes. Apontado como pivô do esquema, o doleiro foi preso em março, quando deflagrada a Operação Lava Jato. Bem relacionado com políticos, Youssef tinha estreito contato com parlamentares, entre eles os deputados André Vargas (Sem partido-PR), cassado na semana passada, e Luiz Argôlo (SD-BA).
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, vai esperar a volta do recesso do Judiciário, em fevereiro, para encaminhar ao Supremo os pedidos de abertura de inquérito contra parlamentares e autoridades citados nas delações de Paulo Roberto Costa, e do doleiro Alberto Youssef. Ele já havia informado que, com a análise das delações, já tinha elementos suficientes para pedir ao STF o “desmembramento” dos casos. Permanecerão no Supremo inquéritos contra parlamentares, autoridades com prerrogativa de foro e casos em que a atuação no esquema estiver diretamente ligada aos políticos. (Veja)
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