Num país de tantos roubos e delações, Dilma Rousseff descobriu um sentimento inédito de vulnerabilidade. Vive a psicose do que ainda está por acontecer. A uma semana da reposse, a presidente ainda não preencheu as lacunas do seu ministério. Prometeu aos repórteres que divulgará os nomes até o dia 29. Antes, fará uma consulta ao Ministério Público Federal. Que não responderá imediatamente, para manter a independência.
Quando Dilma estiver saindo do Alvorada, com a lista de nomes sob a axila, o procurador-geral da República Rodrigo Janot telefonará, finalmente, para passar as instruções que as leis e as circunstâncias autorizam: “Use aquele terninho vermelho.” Dilma, já pronta, tirará o tailleur bege, vestirá a peça recomendada e irá para a entrevista coletiva, no Planalto.
Ao recorrer a Janot, Dilma dá um inesperado exemplo de humildade. Com os aliados que o antecessor lhe deixou, ela precisa mesmo habituar-se à ideia de que sua rotina passará a ser dirigida pela Procuradoria da República. Nos mínimos detalhes. Se Janot não lhe ministrar ensinamentos regulares sobre estética, o governo perderá por completo o apuro.
Com o procurador-geral tomando as decisões, Dilma ficará livre para tocar o seu projeto prioritário: a implantação do regime draconiano para a perda de 13 quilos. Enquanto a presidente se dedica ao auto-emagrecimento, há sempre a alternativa de entregar o país nas mãos de Deus. Ou do Lula, que, para o petismo, é a mesma coisa. Mas o poder divino tem conduzido o governo à desmoralização. Melhor não insistir.
Josias de Souza
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