quinta-feira, 2 de junho de 2022

Prosperidade de Flávio é uma realização coletiva



Depois da impunidade, vem a lambança. Beneficiado com a mortandade de provas no Superior Tribunal de Justiça e no Supremo Tribunal Federal, Flávio Bolsonaro sente-se à vontade para criar ficções novas sobre os R$ 6 milhões borrifados na compra de sua mansão brasiliense.

Chamado a se explicar no Tribunal de Justiça do Distrito Federal, o primogênito do presidente revelou-se um advogado de talento insuspeitado. Embora não existam vestígios de sua atuação em nenhum processo judicial no Rio de Janeiro ou em Brasília, Flávio sustenta que a renda obtida com a prestação de serviços advocatícios ajudou a viabilizar parte do financiamento do imóvel.

Quando a mansão foi pendurada nas manchetes de ponta-cabeça, no ano passado, Flávio engordara seus rendimentos de parlamentar com supostos lucros obtidos em sua vida empresarial. Não fez menção à genialidade que lhe proporcionou rendimentos de advogado sem o exercício aparente da profissão.

Ninguém vira um Flávio Bolsonaro sozinho. A perversão política funciona mais ou menos como o futebol. O sujeito pode ser um craque da depravação. Mas não marca um gol de R$ 6 milhões sozinho. Há toda uma estrutura por trás: o clube (ou a família), o time em campo (ou Fabrício Queiroz e seus fantasmas), o técnico (ou o presidente República) e os cartolas (ou a togas) para garantir as viradas de mesa no tapetão.

Se a criatividade e o talento de Flávio Bolsonaro servem para alguma coisa é para demonstrar que seu pai é extremamente injusto com o Supremo Tribunal Federal. Deveria render homenagens à Corte, não atentar contra sua supremacia.

Por Josias de Souza

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