sexta-feira, 3 de junho de 2022

Deputado que pede 'paredão' para professora merece fuzilamento nas urnas



O deputado Éder Mauro (PL-PA), membro da bancada da bala, ficou atormentado ao tomar conhecimento de iniciativa instigante de uma professora. Valendo-se do quadro "Cristo Crucificado", do gênio espanhol Diego Velásquez, ela fez uma analogia entre Jesus e os supostos criminosos executados pela polícia com base no artigo da Lei da Selva segundo o qual "bandido bom é bandido morto". Foi como se a professora desejasse estimular nos seus alunos a reflexão sobre uma interrogação perturbadora: E se Pilatos tivesse poupado a vida do Nazareno?

A combinação da obra-prima de Velásquez com um raciocínio sofisticado sobre a barbárie policial revelou-se uma mistura complexa demais para a mente precária do deputado Éder Mauro. Fora de si, o sujeito revelou o que tem por dentro. Numa sessão da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, referiu-se à professora como "jumenta empoderada" e "comunista". Insinuou que ela deveria ser executada num "paredão".

Éder Mauro precisaria ser cassado por falta de decoro parlamentar. Como isso não vai ocorrer, o mais razoável é que seja fuzilado no único paredão admissível numa democracia: as urnas. O eleitor paraense pode fazer justiça com o próprio dedo, sonegando votos ao desqualificado.

Por Josias de Souza

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