quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Justiça nega recurso, e Joaquim Barbosa terá que indenizar repórter que mandou 'chafurdar no lixo'



A Justiça do Distrito Federal negou recurso ao ex-ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF), e manteve indenização de R$ 20 mil ao jornalista Felipe Recondo, por danos morais. O ex-ministro foi processado pelo repórter, em 2013, ao mandá-lo “chafurdar no lixo”. Joaquim Barbosa ainda pode recorrer aos tribunais superiores.

A defesa de Joaquim Barbosa entrou com um recurso alegando questões procedimentais no processo. O advogado do jornalista, Leonardo Furtado, disse que a decisão da 4ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do DF, por unanimidade, ratifica o julgamento do tribunal realizado há dois anos, no qual o ex-ministro foi condenado.

— Foi mantida e ratificada a correção do procedimento que havia sido estabelecido — disse Furtado.

A Turma fixou ontem que o réu deverá pagar também 10% do valor da indenização em honorários advocatícios, fora juros e outras taxas.

Os desembargadores concluiram que Barbosa se dirigiu de maneira ofensiva ao profissional, então repórter do jornal “O Estado de S. Paulo”. O caso aconteceu em março de 2013, após uma sessão do Conselho Nacional de Justiça presidida por Barbosa.

O jornalista iniciou o diálogo perguntando: “presidente, como o senhor está vendo...”. Antes de terminar a pergunta, veio a resposta de Barbosa, com o tom de voz alto:

— Não estou vendo nada. Me deixa em paz, rapaz. Me deixa em paz. Vá chafurdar no lixo, como você faz sempre.

O repórter perguntou o que tinha acontecido, ao que Barbosa retrucou:

— Estou pedindo, me deixe em paz. Já disse várias vezes ao senhor.

— Eu tenho que fazer pergunta, é meu trabalho — insistiu o jornalista.

— Eu não tenho nada a lhe dizer, não quero nem saber do que o senhor está tratando.

Foi quando o ministro dirigiu-se ao elevador e resmungou:

— Palhaço.

No mesmo dia, a assessoria de imprensa do tribunal divulgou nota com pedido de desculpa.

Procurado, Joaquim Barbosa informou que não vai comentar a decisão.

Em O Globo

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