Uma nova modalidade de financiamento ao consumo está sendo estudada para servir como alternativa ao parcelamento sem juros do cartão de crédito. A opção, apresentada em janeiro ao Banco Central pela Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços (Abecs), funcionaria como um crediário e prevê que lojistas recebam o valor integral diretamente dos bancos cinco dias após a compra – em troca, os consumidores passariam a negociar o pagamento diretamente com os bancos, que teriam autonomia para determinar como e em quantas parcelas o valor deve ser pago.
Segundo reportagem do Valor Econômico, a intenção é que a proposta substitua o modelo de parcelamento “sem juros”, que só existe no Brasil. Nesse sistema, os lojistas negociam as parcelas com os consumidores e recebem a primeira parte da compra em 30 dias.
A proposta, entretanto, opõe comerciantes e empresas do setor de cartões. A Federação do Comércio de São Paulo (FecomercioSP) afirmou que é contrária à substituição pela nova modalidade, pois acredita que os comerciantes deveriam ter liberdade para “definir suas práticas de negócio”, “considerando sua capacidade, seus parceiros e a necessidade e conveniência de seus clientes”. Ainda assim, se o sistema for aprovado, a instituição defende que “o recebimento das vendas pelo lojista seja realizado no dia seguinte à operação, em vez de cinco”.
A proposta do modelo crediário é que os consumidores passem a fazer suas compras com base em um limite concedido pelo banco. Sempre que algum pagamento no modo crediário for feito, o banco paga o valor integral para o lojista e assume o risco da compra, recebendo diretamente as parcelas do comprador. Esse esquema é semelhante ao que se vê em grandes marcas, com modelos crediários próprios, mas não estaria restrito a um estabelecimento.
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