O Globo
Ameaça crescente. Instalação visitada por especialista teria capacidade para enriquecer rapidamente grande quantidade de urânio, o que daria ao pobre e isolado país comunista condição para ampliar seu ameaçador arsenal atômico, apesar de sanções da ONU
A Coreia do Norte mostrou a um cientista nuclear americano que visitou o país este mês uma nova instalação construída secreta e rapidamente para o enriquecimento de urânio, confrontando o governo de Barack Obama com a perspectiva de o regime de Kim Jong-il estar se preparando para expandir seu arsenal nuclear ou construir um tipo muito mais poderoso de bomba atômica.
A revelação calculada pode ser parte de uma estratégia de negociação ou um sinal de que o país planeja acelerar seu programa de armas enquanto atravessa um delicado processo de sucessão.
O cientista em questão, Siegfried S. Hecker, professor de Stanford que já foi diretor do Laboratório Nacional de Los Alamos, disse ter ficado "surpreso" com a sofisticação da nova instalação, na qual disse ter visto "centenas e centenas" de centrífugas que tinham acabado de ser instaladas num edifício recentemente reformado que antes abrigava uma antiga central de fabricação de combustível - operadas a partir do que ele chamou de "sala de controle ultramoderna".
Representantes do governo americano dizem que a instalação não existia em abril de 2009, quando a última equipe de inspetores internacionais foi expulsa do país.
A velocidade de sua construção sugere que a Coreia do Norte - país isolado e de economia devastada, cuja população enfrenta a fome - pode ter recebido ajuda estrangeira e escapado das rígidas sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU.
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