quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Dissidentes cubanos lançam apelo à Dilma

Jamil Chade, Estadão.com

Objetivo é pressionar para que questão dos direitos humanos entre na agenda diplomática

Dissidentes cubanos pedem que a presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff, modifique a forma pela qual o governo brasileiro tem lidado com o regime de Raul Castro e pressionam para que a questão dos direitos humanos entre na agenda entre Brasília e Havana.

"Não queremos nada de extraordinário. Apenas que a nova presidente do Brasil defenda ao povo cubano as mesmas liberdade que ela defenderia para sua própria população", afirmou Dagoberto Valdés, um dos dissidentes ainda mantido em liberdade em Cuba.

O dissidente é um dos responsáveis pelo movimento Convivência e foi em nome do grupo que fez a declaração à Dilma. Sem liberdade para publicar seu comunicado em Havana, o dissidente foi obrigado a usar "contatos" que tem na Espanha para tornar pública sua declaração.

"Em Cuba, a liberdade é um ingrediente raro", disse o dissidente ao Estado por telefone. "Felicitamos a nova presidente por sua eleição e queremos que o Brasil continue a manter sua relação com Havana. Mas insisto que temos esperanças de que suas relações com Cuba trabalhem pelos mesmos direitos que ela (Dilma) quer para os brasileiros", afirmou.

Durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil se transformou no segundo maior parceiro econômico e comercial de Cuba no Hemisfério Ocidental, superado apenas pela Venezuela.

Entre 2003 e 2009, o comércio bilateral triplicou, chegando a quase US$ 600 milhões no ano passado.

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