Era uma vez a inauguração do pavilhão brasileiro na feira de Hannover (Alemanha), presente o então presidente Fernando Henrique Cardoso. Para animar a festa, foi arrebanhado um grupo de frevo, naturalmente pernambucano. Enquanto esperavam a vez de atuar, tiritavam de frio nos bastidores, vestidos com as roupas relativamente sumárias exigidas para o espetáculo.Quando entraram em ação, mostraram a alegria de praxe. Pensei comigo, sinceramente condoído: tão pobrezinhos, mas tão alegres.
Não consegui impedir que a memória voltasse a essa cena ao ler anteontem a reportagem em que Larissa Guimarães relata que, mesmo com os benefícios do Bolsa Família, a renda das famílias no Norte e no Nordeste não consegue ultrapassar a linha de pobreza.
Linha, aliás, estabelecida em R$ 70, o que torna mais justo chamá-la de linha da miséria.
Não obstante tal nudez de rendimento, as famílias do Norte e do Nordeste estão tão alegrinhas que transformaram Luiz Inácio Lula da Silva, cuja imagem está colada ao Bolsa Família, em uma espécie de Padim Ciço dos novos tempos.
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