quarta-feira, 30 de junho de 2010

Após dizer que não faria apologia do MST, Dilma usou adereço do movimento

Correio Brasiliense


Passado o Abril Vermelho, período do ano em que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) concentram os protestos pelo país, com dezenas de invasões, a entidade passa a ser mais palatável para a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. Durante entrevista a uma rádio de Pernambuco, em abril, no auge das invasões do MST, Dilma afirmou que não repetiria o gesto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que colocou o boné dos sem-terra. “Acho que não é cabível vestir o boné do MST. Governo é governo, movimento é movimento. Não concordo que alguém do governo assuma a bandeira do MST”, afirmou, à época. Depois do discurso, muitos interpretaram a fala como uma leve crítica ao presidente, que assumiu em público as cores do movimento.

Agora, em ritmo de campanha, Dilma mostra que pode ser flexível em relação ao MST. Durante reunião do PT de Sergipe, no dia 24, a presidenciável discursou para uma plateia de militantes com o boné do MST na cabeça. A imagem de Dilma com o adereço não foi divulgada no portal da campanha na internet, mas foi flagrada por uma emissora de TV de Sergipe. A assessoria de imprensa da candidata afirma que o boné foi entregue a Dilma por uma criança e a candidata colocou o adereço na cabeça sem perceber que era do movimento.

Em outra entrevista, a uma rádio de Minas Gerais, a candidata do PT afirmou que não vai tolerar ações ilegais da entidade. “Ninguém que governe um país, um estado ou um município pode ser complacente com a ilegalidade. Invasão de terras, de centros de pesquisa, de prédios públicos é ilegalidade. E ilegalidade não é permitida”, defendeu, antes da reunião em Sergipe. Em outra ocasião, a presidenciável afirmou ser contra “que haja invasão de terra”, mas defendeu o fim da violência contra integrantes do movimento.

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