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Campina Grande (135 km de João Pessoa) se orgulha de fazer, há 27 anos, "o maior São João do mundo", movido a forró, bandeirinhas e fogueiras. Muitas fogueiras.
Há cinco anos, o Ministério Público chegou a contar 103 fogueiras em um único quarteirão da cidade. Desde então, o órgão faz uma campanha agressiva para diminuí-las, sob o argumento de que poluem o ambiente e trazem riscos à população.
Por conta da campanha, o São João deste ano, que começa na próxima sexta-feira, será o primeiro com a proibição parcial das fogueiras.
Lei promulgada em 2009 proíbe seu acendimento em ruas asfaltadas e a menos 200 metros de locais de visitação coletiva, como bares, escolas e supermercados.
Quem for pego fazendo fogueiras fora dos limites da lei recebe multa de até R$ 300.
"Campina, nesta época, fica uma neblina", diz o promotor do ambiente do município, Eulâmpio Duarte.
Segundo ele, elas aumentam em 50% as internações hospitalares no período das festas, por causa de problemas respiratórios. Dificultam ainda o atendimento de emergências, já que as ambulâncias não conseguem passar por algumas ruas, de tanta fogueira no caminho.
Para Alana Carvalho, coordenadora do ambiente da prefeitura, a lei que proíbe as fogueiras tem tudo para "pegar". O Ministério Público concorda: em 2009, o quarteirão em que antes havia 103 fogueiras acendeu apenas 4.
Quem está frustrado são os vendedores de lenha. José Roberto Pereira costumava vender cerca de 40 fogueiras nesta época. Agora, espera vender menos de 15. "Ficou ruim porque a maioria das ruas é asfaltada", diz.
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