segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Cardozo vai para a AGU, e um aliado de Wagner (Lula) assume a Justiça



À diferença do que se especulou, José Eduardo Cardozo não está sendo espirrado do governo pelos petistas, mas é fato que o lulismo está comemorando.

Dilma resolveu deslocar Cardozo para outro cargo estratégico. Migra do Ministério da Justiça para a Advocacia-Geral da União. Bem, finalmente ele abandona a sua posição de juiz do jogo — é o papel reservado a um ministro da Justiça, desde que exerça com honestidade intelectual o seu papel — e passa para a de zagueiro. Nota: Cardozo sempre foi um falso juiz.

Sim, ele vai receber menos petardos na Advocacia-Geral do que no ministério. Dilma, assim, mantém no governo um dos petistas que lhe são fiéis, coloca-o numa área que é vital, sim, para tentar se defender das várias ameaças que existem contra o seu mandato e ainda o preserva do fogo amigo dos petistas.

Com a saída de Cardozo, o lulismo toma para si o Ministério da Justiça. Que implicações isso terá? Logo veremos.

Para o lugar de Cardozo vai o promotor de Justiça Wellington César Lima e Silva, do Ministério Público da Bahia. Ele foi procurador-geral de Justiça do Estado entre 2010 e 2014 e é ligado a Jaques Wagner, ministro da Casa Civil, que, por sua vez, obedece no governo às ordens de Lula, não de Dilma.

A Polícia Federal é administrativamente subordinada ao Ministério da Justiça, mas tem autonomia funcional. Em princípio, um ministro não mete a mão lá, mas sabem como é…

Bem, já que era para botar um aliado de Wagner — e, pois, do lulo-petismo —, melhor que seja alguém do Ministério Público, ainda que estadual. Parece evidente que se tenta abrir um, digamos, “diálogo” com a força-tarefa de Curitiba.

Dilma está se preparando para dias ainda mais difíceis.

Datafolha: Rejeição a Lula é de 49%. É copo vazio!


Metade dos brasileiros, hoje, não votaria em Lula de jeito nenhum: a rejeição, segundo o Datafolha, é de 49%. Não me parece que seja um caso de copo meio cheio e meio vazio. Acho que o Apedeuta se danou. É copo vazio. Até porque, não fosse assim, Aécio Neves (PSDB), Michel Temer (PMDB), José Serra (PSDB) e Geraldo Alckmin (PSDB) poderiam comemorar. Suas respectivas rejeições são de 23%, 21%, 19% e 17%. Haveria copo aí com 83% de “cheiura”, né?

Os números são do Datafolha. É evidente que são devastadores para o chefão petista. Um político com 49% de rejeição só serve para eleger adversário ou, na hipótese desastrosa, alguém ainda pior do que ele próprio.

Segundo o Datafolha, se a eleição fosse hoje, o tucano Aécio Neves teria 24% dos votos, contra 20% de Lula (PT) e 19% de Marina (Rede). Jair Bolsonaro (PP) aparece com 6%, e Ciro Gomes (PDT), com 5%. Quando Geraldo Alckmin (PSDB) disputa, marca 12%. O chefão petista fica onde está, e a líder da Rede vai para 23%. Os nomes do PP e PDT oscilam, respectivamente, para 7% e 6%. Se o tucano for José Serra, o candidato do PSDB fica com 15%, atrás de Lula (21%) e Marina (23%). Bolsonaro e Ciro marcam 6% e 5%.

A disputa eleitoral ainda não está em curso. Convém não repetir os fragorosos erros de análise de 2014, quando se chegou a prever que Dilma liquidaria a fatura com facilidade porque, afinal, a oposição não empolgava ninguém.

A rejeição, esta sim, nesta fase, é importante. O fato de a maioria do eleitorado não depositar num nome em particular da oposição as suas esperanças deve, sim, preocupar os adversários do PT, mas só como um elemento da pauta, não como um sintoma de coisas como “crise de representação”.

Quem está em crise é o PT, não a representação. É natural que o eleitor não veja hoje em Aécio, Serra, Alckmin ou outro qualquer “a solução”. Até porque, por força das circunstâncias, essas lideranças são hoje mais reativas do que propositivas.

Mas chegará a hora.

O dado realmente relevante é o fato de 49% rejeitarem Lula. Aí, meus caros, não tem jeito. Se e quando ele for candidato, será um excelente nome para eleger aquele que conseguir encarnar o anti-Lula.

Por Reinaldo Azevedo

Governo Dilma e o PT resolveram abrir guerra contra o juiz Sérgio Moro


Governo Dilma e o PT resolveram abrir guerra contra o juiz Sérgio Moro

Por Políbio Braga

Depois de pouco mais de dois anos de Operação Lava-Jato, o governo federal e o PT chegaram à conclusão de que o objetivo do juiz Sergio Moro, que conduz a força-tarefa curitibana, é contribuir para a derrubada da presidente Dilma Rousseff e impedir a eventual volta do ex-presidente Lula ao poder.

A gota d’água, conforme reconheceu o ministro Ricardo Berzoini esta tarde, foi a etapa batizada como Acarajé, que levou à prisão o marqueteiro João Santana.

Nesta quarta-feira, o ministro Ricardo Berzoini afirmou que a Lava Jato “está comandada por uma visão midiática e uma tentativa de criar um clima de constrangimento no país”.

A partir de agora, Moro não será mais tratado como um juiz isento pelo governo federal, mas como o braço jurídico de uma oposição, liderada pelo senador Aécio Neves, disposta a encontrar atalhos para o poder.

É guerra aberta com a Justiça Federal, o MPF, a Polícia Federal, a mídia brasileira e a nação.

CLIQUE AQUI para apoiar o juiz Sérgio Moro.

PRÉVIAS DO PSDB TÊM PANCADARIA E VANDALISMO ENVOLVENDO URNA



O processo de prévias que definirá o candidato do PSDB à prefeitura de SP já registrou casos de agressão e até mesmo de invasão a um dos locais de votação, o que resultou em uma urna quebrada.

O diretório zonal do Tatuapé foi invadido por um grupo de pessoas não identificadas que quebrou um computador onde estava sendo feita a votação. Houve confusão generalizada e a política militar foi acionada. A votação foi encerrada antes da hora naquele local e a urna com os votos de papel teve que retirada sob escoltada de soldados da polícia civil.

"A confusão começou quando coloquei em ata que estavam fazendo um churrasco e bebendo cerveja dentro do local da votação. Começou então a confusão e um grupo de pessoas ameaçou me arrebentar. De repente, três menores entraram junto com um militante do partido e quebraram o computador", disse a presidente do diretório do Tatuapé, Vânia Alves, que apoia o deputado Ricardo Tripoli, um dos pré-candidatos que concorre nas prévias.

Já Maria de Lurdes Silva, militante histórica do PSDB no Tatuapé e apoiadora de João Doria, acusa o grupo do deputado Ricardo Tripoli de ter começado a confusão. "Foi o grupo dele que invadiu aqui", afirmou ela.

Também houve registros de confusão em outros locais onde ocorrem as prévias tucanas.

A votação das prévias do PSDB será encerrada às 16 horas e a previsão é de que o resultado saia até as 18 horas. A disputa interna levou o partido a um clima de acirramento inédito na história da legenda na capital de São Paulo. Disputam a vaga de candidato à prefeitura, além de Tripoli, o empresário João Dória e o vereador Andrea Matarazzo.

Enquanto Dória é apoiado pelo governador Geraldo Alckmin, Matarazzo conta com o aval do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e dos senadores José Serra e Aloysio Nunes Ferreira. Tripoli, por sua vez, conta com a retaguarda do deputado Bruno Covas e do ex-deputado José Anibal. Caso nenhum dos três consiga maioria simples no pleito deste domingo, haverá segundo turno no dia 20 de março.

Ao investir contra Cardozo, Lula rebaixa Dilma



Lula e a cúpula do PT, finalmente, conseguiram transformar o ministro petista José Eduardo Cardozo (Justiça) em boi de piranha, aquele animal que é jogado no rio para ser comido, enquanto o resto da manada escapa. Se não for revertida, a saída do ministro deixará Dilma muito parecida com a personagem de uma história do escritor Josué Guimarães —uma mulher que diminuía diariamente de tamanho.

Compungidos, os familiares da mulher todos os dias reduziam as dimensões dos móveis, serravam os pés de mesas e cadeiras. Tudo para que ela não percebesse o próprio encolhimento. Confirmando-se a saída do superior hierárquico da Polícia Federal num instante em que a Lava Jato perscruta os calcanhares de vidro de Lula, Dilma passaria a dormir numa caixa de fósforos, preocupada com a doença que transforma seus companheiros de partido em gigantes.

O recurso à fantasia não substitui a realidade. Mas divide as atenções do noticiário político, hoje monopolizado pelas manchetes sobre a incapacidade de Lula de prover explicações críveis sobre os episódios inacreditáveis em que se meteu. Dependendo do nome que Dilma indicar para a provável vaga de ministro da Justiça, a autoridade presidencial ficará menor do que a cabeça de um alfinete.

Por que José Eduardo Cardozo quer deixar o governo Dilma



A julgar pelo que vem dizendo a interlocutores, José Eduardo Cardozo está mais próximo do que nunca de deixar o Ministério da Justiça. A amigos, ele confidenciou que a pressão do PT e de Lula, acusando-o de não ter controle sobre a PF, chegou a níveis insuportáveis.

José Eduardo Cardozo deve conversar até amanhã com Dilma Rousseff e comunicar a ela seu desejo de deixar o governo. Cardozo avalia que, atualmente, diante de sucessivos ataques de Lula e do PT, ele seria mais útil a Dilma fora do governo do que dentro. Mas toda sua determinação em deixar a Esplanada de Dilma pode ir pelo ralo se Dilma o convencer a ficar. Não seria a primeira vez.

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Lula roda um filme tipo B e reivindica um épico



Não dá para imaginar os executivos da OAS e da Odebrecht, pés sobre a mesa, copo de uísque na mão, charuto entre os dedos, calculando quanto da rapina na Petrobras caberia ao Lula. Segundo o Datafolha, a maioria dos brasileiros acha que houve toma-lá-dá-cá. Os governos do PT azeitaram negócios para as construtoras e, em troca, essas empresas beneficiaram Lula com reformas no tríplex do Guarujá e no sítio de Atibaia. Esse seria o filme classe B, a simples reiteração da tomada do Estado brasileiro por uma quadrilha e sua descoberta por jovens procuradores e agentes federais depois que a prataria já havia sido vendida.

O filme verdadeiro deve ser um épico, salpicado de nuances psicológicas. Nele, Luís Inácio, no papel de Lula, é um homem convencido de sua missão divina e dos privilégios que ela lhe concede. Personagens como os empreiteiros e o primeiro-amigo José Carlos Bumlai são apenas escudeiros providenciais, versões pós-modernas de Sancho Pança. Todos com as algibeiras recheadas com verbas do BNDES e dos cofres de estatais. O papel dos escudeiros é o de livrar Lula dos cuidados banais, como a conta das reformas do sítio e do tríplex, a montagem das cozinhas planejadas, a troca do assoalho, a instalação do elevador privativo…

Na festa de aniversário do PT, Lula disse que anda de “saco cheio” com os inimigos, com a imprensa e com os procuradores e magistados que se curvam para as manchetes. Natural que Lula se sinta injustiçado, acossado não pela indignação moral da sociedade, mas pela mesquinhez das pessaos, pela incapacidade geral de reconhecer que tudo que lhe caía no colo, viesse de onde viesse, não era mais do que o merecido. Que diabos, ele saiu de Garanhuns para dar dinheiro do BNDES aos ricos e dignidade aos pobres! Isso já o distinguia como um cidadão especial, portanto merecedor de favores excepcionais.

No STF, a defesa de Lula pediu a suspensão das investigações sobre o tríplex e o sítio. Os advogados reiteraram que o apartamento não pertence a Lula. Quanto ao sítio, registrado em nome de dois sócios de Lulinha, alega-se que foi comprado por iniciativa de um velho amigo, Jacó Bittar, para que o ex-presidente da República pudesse “acomodar” os objetos que ganhou do “povo brasileiro”. Como oas instalações eram precárias, o primeiro-amigo Bumlai ofereceu-se para reformá-lo. Ouvido, o advogado de Bumlai levou o pé atrás: “Só se a Odebrecht for propriedade de Bumlai, o que não me consta.''

Seja como for, julgar Lula pela generosidade com que foi tratado por amigos e congêneres seria julgá-lo como um presidente qualquer. E Lula foi eleito duas vezes com a promessa de que não seria um presidente qualquer. Lula passaria pelo Planalto como a “alma viva mais honesta” que Lula já conheceu. Tem todo o direito de estar de “saco cheio”. Seus eleitores votaram nele porque queriam a diferença. Agora, reclamam da diferença. Dizem que a OAS, a Odebrecht, o Bumlai, o Jacó Bittar, os sócios do Lulinha não faziam parte da diferença. Queriam um Messias. Mas com horário comercial e limite de saque.

No filme B, Lula seria um espertalhão que engana todo mundo e impõe uma trama conhecida: os amigos comercializam sua influência no governo, enriquecem à base de propinas e dividem o proveito com o presidente. No enredo épico, Lula e o Brasil se enganam mutuamente. Lula, reivindica para si um figurino de idealista incompreendido. Vira protagonista de inquéritos graças às más-companhias e à campanha de perseguição. Um final tipo B seria mais realista. Mas Lula avalia que o Brasil merece uma tragédia grandiosa. A autoestima nacional não resistiria a um enredo simplório, em que que tudo não passasse de uma vigarice banal.

PRISÃO DE SANTANA DEIXOU DILMA TRANSTORNADA



A prisão do marqueteiro João Santana foi a que mais afetou a presidente Dilma, até agora, em toda a Lava Jato. Assessores jamais a viram tão descontrolada. A reação pode ter sido por sua amizade a Santana ou porque achou que a prisão dele a deixaria muito vulnerável. Até afirmou, aos gritos, que a partir daquele fato o vice Michel Temer e o PMDB se aproximariam do PSDB para “me derrubar de vez”.

Dilma e João Santana são tão ligados que circulou em Brasília que foi ela quem o avisou da decretação da prisão, sexta-feira (19).

Políticos governistas acham que João Santana tentou “abortar” sua prisão, sábado (20), ao se oferecer ao juiz Sergio Moro para depor.

Quando o Itamaraty “arrumou” às pressas sua visita ao Chile, Dilma queria pretexto para não ir à festa do PT e sair do “caldeirão político”.

Dilma agora desconfia de qualquer movimentação política. Ela detestou quando soube da reaproximação de Renan Calheiros e Michel Temer.

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Imoralidade política



Um cidadão postou esta foto no Facebook para mostrar o estado precário de um PSF em Caçapava. A reação do prefeito, na rádio, foi tipica de político matreiro. Para justificar o seu desleixo, além de atacar o cidadão, disse que a causa foi só uns dias de goteira. Olhem para o teto e a parede mostrada na foto. Parece ter sido causado só por alguns dias de goteira? Não! O problema mostrado foi causado por muito tempo de desleixo.

*

É extremamente raro ver um político, no poder, reconhecer que errou. É impossível, não vai acontecer nunca, este mesmo político admitir incompetência ou despreparo para o cargo que ocupa. Normalmente, essas acusações são feitas, pela oposição.

Quando um indivíduo qualquer se equivoca, os custos e os prejuízos dos seus erros são arcados por ele próprio. A responsabilidade e a honra consistem em aceitar as consequências das suas ações, e não culpar os outros por suas falhas.

Os políticos, por sua vez, são incapazes de admitir os próprios erros, avessos aos padrões morais e éticos da sociedade a que pertencem, são capazes de transferir o custo de seus erros, e os frutos de sua incompetência, para o povo que governam. 

O Brasil passa hoje pela pior crise moral, política e econômica da sua história, graças aos políticos que produz. Vejam por exemplo o ex-presidente Lula: Ignorante, sem estudos e desprovido de experiência administrativa, incapaz de produzir riqueza e obter sucesso na vida pessoal, optou pela política, onde a mentira, desvios e conchavos, são ferramentas úteis para o sucesso. Hoje, além dele a política enriqueceu também seus filhos. Com um pé na cadeia, Lula culpa tudo e todos pelas suas imoralidades, faz cara de vítima, e espera que a politicalha livre sua cara. 

O pior disso tudo é que esta política nacional matreira vem fazendo escola. Nas cidades já é comum ver políticos medíocres travestidos de gênios. Como na política nacional, a local também usa dinheiro público para cooptar jornais e rádios na tentativa de maquiar suas deficiências.

Em Caçapava o prefeito, que como o Lula, não investiu na educação escolar, aprendeu a bazofiar. Estando já no seu último ano de mandato e com pouca obra conhecida para “chamar de seu” - Calçadão da Cap. João Ramos, prometida para antes do Natal e ainda não terminada, e a reforma de seu gabinete, essa sim foi rapidinho –, usa a rádio para culpar vereadores, ex-prefeito, secretários, empresas terceirizadas e cidadãos pelas mazelas que o povo caçapavense herdará de sua gestão. Não tenho nada com isso, afirma ele. Esperar o que? Afinal ele é político!

Ah! As obras do Governo do Estado nas estradas que passam por Caçapava, só estão sendo feitas por influência do prefeito junto ao governador, propagandeia a rádio.

O eleitor cansou de papo furado. E acho que o prefeito percebeu isso. Corre por aí que o prefeito pode não concorrer nas próximas eleições. Com medo de uma derrota humilhante, ele vai aguardar o resultado de uma pesquisa que deverá ser feita próxima às eleições. Verdade? Com a palavra o prefeito...

O ATO E FATO


Brasilino Neto
Exemplos de Caçapava para Brasília

Tenho aqui me debatido com os maus exemplos que nos são dados no dia a dia, notadamente quando os recebemos de pessoas que deveriam guardar todo cuidado, discrição e ética em seus comportamentos.

Faço referência a administradores de grandes empresas que se mancomunaram para usurpar direitos dos brasileiros e do Brasil, o que se diga, não é pouco não, pois se tratam de bilhões e bilhões de dólares. Porém, aqui em minha Caçapava vejo dois exemplos que mantêm a chama de minha esperança, ainda que sofregamente, acesa.

O primeiro: tenho um amigo que tem alguns pontos comerciais locados em Caçapava, e que sofreriam reajustes em fevereiro de 10,54%, e que ao avaliar os momentos de dificuldades pelas quais passam o comerciante, simplesmente deixou de aplicar esta majoração, e que manterá o mesmo aluguel vigente há um ano.

O segundo: O pai de um jovem, que fora vitima fatal em um acidente entre sua motocicleta e um carro, me procurou com o seguinte questionamento: Além do seguro obrigatório dos veículos, os seguros facultativos têm alguma outra garantia para terceiro ? Respondi que em alguns casos sim, mas que uma resposta objetiva dependeria de vistas à apólice do veículo envolvido. 

Na continuidade da conversa com esse pai, que vive de coleta de sucatas para a manutenção de seus filhos e netos, com singeleza afirmou: “muitas pessoas têm me dito para eu correr atrás para pedir uma indenização contra a professora envolvida no acidente que levou meu filho, mas já disse que não fiz e nem vou fazer isto, pois eu estou sofrendo pela ocorrência com meu filho, e a professora, coitada, igualmente sofrendo por isto. Foi uma fatalidade para minha família e à dela”.

E completou: “se minha família tiver direito em decorrência do seguro carro dela eu vou correr atrás, mas contra ela não vou fazer nada. E sabe Brasilino, esse é o meu pensamento e o de minha mulher. Eu vivo com muita dificuldade, mas entendo que em nada um dinheiro vindo assim me ajudaria”. Despediu-se com os olhos marejados.

Fiquei depois avaliando que dois belos exemplos estes caçapavenses dão para aqueles usurpadores distantes deste nosso torrão, que vivem numa ilha, localizada ali no planalto central, alheios aos interesses e problemas deste país chamado Brasil.

Que coerência e tomadas de posição e consciência este dois caçapavense nos legam.

Penso que bom seria se este artigo pudesse chegar às mãos dessas pessoas que (mal) decidem os destinos deste país, pois assim poderiam, querendo, entender que dificuldades se resolvem com atitudes sérias e coerentes e não com prosápias.

Estes dois ilustres caçapavenses dão um exemplo, que deveria ser levado ao conhecimento desses vorazes usurpadores, para que entendessem que a riqueza somente tem resultado e dela se pode tirar proveito se os valores que são recebidos venham de fontes éticas, de meios lícitos e ganhos com o trabalho honesto e serviços efetivamente prestados.

Que eles entendessem, querendo, que valores usurpados do laborioso povo brasileiro lhes tiram a tranquilidade física e de consciência, que tiram a paz que se deve ter ao encostar a cabeça no travesseiro para uma noite despreocupada de sono e sonho.

Assim finalizo: a estes ilustres caçapavenses meu carinho e respeito, o que, por certo, deve ser também a manifestação de todo povo brasileiro que vive decentemente, com ética e pelos princípios de que: “quero e preciso ganhar dinheiro, mas ele me venha em decorrência de meu trabalho honesto e dedicado.”

POESIA DE SÁBADO

Academia Caçapavense de Letras

Minha escolha

27 de fevereiro de 2016.

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Poeta MANOEL DE BARROS

 

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O APANHADOR DE DESPERDÍCIOS

Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim um atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato de canto.
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.

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Caso queira ver sua poesia preferida aqui publicada, encaminhe acl.cacapavense@gmail.com

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Brasilino Neto, da Academia Caçapavense de Letras

PT, 36 anos




O PT, fulminado por uma avalanche de escândalos que não consegue explicar – e que, a rigor, dispensam explicações -, socorre-se num argumento único: é vítima de uma sórdida campanha da mídia para criminalizá-lo.

Ora, se há uma instância em que o partido, que celebra este fim de semana seus 36 anos, ainda encontra defensores é exatamente na mídia - impressa, falada, televisada e digitalizada (esta sustentada com dinheiro público).

A mídia não criminalizou o PT – e, sim, o PT criminalizou a política. Mais: indiferente às falcatruas fiscais do governo Dilma e às denúncias de que sua reeleição foi nutrida com dinheiro roubado da Petrobras, alega que a tentativa de depô-la, via impeachment ou via TSE – ou seja, dentro das normas do Estado democrático de direito -, tem como fundamento evitar a eleição de Lula em 2018.

O partido já foi mais inteligente em seus argumentos. Antes de mais nada, o Ibope acaba de constatar, em pesquisa, que confirma as anteriores, que 61% dos brasileiros asseguram que, em hipótese alguma, votariam em Lula. Ainda que todos os demais votassem – e não é o caso -, não teria como se eleger.

O panelaço de terça-feira, em que Lula falou em rede de TV, demonstra que o Ibope não errou – foi até moderado.

Nenhum partido e nenhum presidente da República foram mais festejados pela imprensa que PT e Lula, não obstante terem chegado ao poder não exatamente imaculados.

O prontuário começou bem antes da chegada ao Planalto, com o assassinato dos prefeitos Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT (Campinas), em setembro de 2001, e de Celso Daniel (Santo André), em janeiro de 2002, casos ainda hoje à espera de desfecho. Em ambos, são nítidas as digitais do PT.

Dois meses depois de Lula assumir a presidência da república, em março de 2003, estourou o escândalo Waldomiro Diniz. Era o subchefe da Casa Civil, homem de confiança de José Dirceu, que desempenhava a função de “articulador parlamentar”. Foi flagrado pedindo propina ao bicheiro Carlos Cachoeira.

Na sequência, vieram o Mensalão e o Petrolão, que, a rigor, compõem um só enredo: a rapina ao Estado, em parceria com um pool de empresários delinquentes. Corrupção sistêmica, algo inédito mesmo para os podres padrões da república brasileira.

Há ainda diversas caixas-pretas a serem abertas: Eletrobrás (que o STF tirou das mãos do juiz Sérgio Moro), BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica, fundos de pensão etc.

Em cada uma dessas instâncias, o governo se move para impedir qualquer hipótese de investigação, o que já é em si uma confissão antecipada de que oculta falcatruas.

O PT inaugurou o roubo do bem. Seria diferente dos convencionais, pois teria destinação social. Se sobrou um troco para um tríplex ou um sítio, é bobagem, mera gorjeta para quem, afinal, colocou “30 milhões de pobres na classe média”. Pouco importa se eles - se é que lá estiveram - já fizeram a viagem de volta.

A depressão econômica está acabando com a própria classe média, mas a culpa, claro, é da crise internacional (que antes era apenas “uma marolinha”), não do governo.

Não só o povo não viaja mais de avião, mas também o personagem criado pelo PT, o burguês que “não gosta de sentar ao lado do povo”. Nisso, a crise é democrática: liquida a ambos.

Coerência é palavra ausente do glossário petista. Depois de arrombarem a Petrobras, indignam-se com os que a querem salvar. É o caso do projeto do senador José Serra, aprovado esta semana pelo Senado, que estabelece que, a critério do governo, a empresa se desobriga de participar das prospecções do pré-sal.

O projeto salva a Petrobras, mas os seus algozes, a pretexto de defendê-la, alegam o contrário, fazendo o papel do verdugo que se abraça ao cadáver que acabou de produzir.

Graças ao PT, a Petrobras deve mais do que vale e suas ações estão cotadas ao preço de um guaraná. Lula, às voltas com o Código Penal, acha, no entanto, que o país, hoje, “inspira mais confiança”. Os especialistas preveem que a Petrobras levará mais ou menos uma década para retornar ao lugar que já ocupou – ela e o país. E isso, claro, se o ambiente político mudar radicalmente.

Vai mudar, não há dúvida. O quer não se sabe é a que preço. A resistência do governo em reconhecer os estragos e, mais que isso, a ausência de remédios para os males que perpetrou, torna o processo mais penoso e preocupante.

A melhor saída seria a sugerida pelo ministro Marco Aurélio, do STF: renúncia dos presidentes da república, da Câmara e do Senado e convocação imediata de eleições. Mas falta grandeza aos protagonistas – ou coragem para responder judicialmente a seus erros sem o guarda-chuva do poder. Aguardemos.

Por Ricardo Noblat

PSDB insinua que o ministro da Justiça acobertou Rosemary, ‘íntima de Lula’



A guerra política entre tucanos e petistas chegou aos lençóis. Em resposta à notícia de que a Polícia Federal abriu inquérito sobre as relações monetárias de Fernando Henrique Cardoso com a ex-amante Mirian Dutra, o PSDB pediu a cabeça do ministro petista José Eduardo Cardozo (Justiça). Acusou-o de perseguir FHC por inspiração do PT e de se omitir no cumprimento de suas atribuições para proteger a ex-chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, que privava da intimidade de Lula.

Em nota oficial, o deputado Carlos Sampaio (SP), coordenador jurídico e vice-presidente do PSDB, anotou: “Em recentes episódios envolvendo Rosemary Noronha, pessoa da relação íntima de Luiz Inácio Lula da Silva, sobre quem pesa investigações por desvio de recursos públicos, a omissão do Ministério da Justiça foi aviltante, principalmente quando se constata que era e é da responsabilidade do ministro agir contra atos que importam práticas ilícitas de agentes públicos.

Para o PSDB, “não há, até o momento, um único fato que possa, mesmo em tese, configurar conduta criminosa” por parte de FHC. O inquérito foi aberto a pedido de parlamentares. O tucanato sustenta que a pressa de Cardozo contrasta também com o que o partido chama de “gritante omissão” da pasta da Justiça em relação à Operação Lava Jato. Vai abaixo a íntegra da nota assinada por Sampaio:

*

"A gritante omissão do Ministério da Justiça desde o início da operação Lava Jato contrasta, agora, com a atuação forte do Ministro José Eduardo Cardozo em apressar a abertura de um inquérito policial contra o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso por questões de natureza exclusivamente pessoal.

Não há, até o momento, um único fato que possa, mesmo em tese, configurar conduta criminosa por parte do ex-Presidente a justificar a investigação.

A hipótese levantada de evasão de divisas é inacreditável, pois de todos os fatos narrados por Miriam Dutra restou claro que jamais ocorreu remessa ilícita de recursos ao exterior, mas sim pagamento de valores a título de contribuição para sustento do filho da jornalista, cuja paternidade foi reconhecida por Fernando Henrique Cardoso.

Em recentes episódios envolvendo Rosemary Noronha, pessoa da relação íntima de Luiz Inácio Lula da Silva, sobre quem pesa investigações por desvio de recursos públicos, a omissão do Ministério da Justiça foi aviltante, principalmente quando se constata que era e é da responsabilidade do Ministro agir contra atos que importam práticas ilícitas de agentes públicos.

Neste contexto, o PSDB, finalizando, registra que já não há mais dúvidas de que o Ministro José Eduardo Cardozo se tornou instrumento de atuação política do Partido dos Trabalhadores, perdendo sua legitimidade para continuar no cargo.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Embraer apresenta nova família de jatos comerciais em São José, SP


Embraer apresenta nova família de jatos comerciais em São José, SP (Foto: Poliana Casemiro/ G1)
Embraer apresenta nova família de jatos comerciais
em São José, SP (Foto: Poliana Casemiro/ G1)
G1 Vale

A fabricante de aeronaves Embraer apresentou oficialmente nesta quinta-feira (25) a nova família de jatos comerciais que serão produzidos pela empresa em São José dos Campos (SP). O E190-E2 é a principal aposta da Embraer para se manter líder mundial no mercado de aviação regional.

O evento de apresentação do novo jato aconteceu na sede da empresa em São José dos Campos (SP) e contou a presença do prefeito Carlinhos Almeida (PT), do Tenente-Brigadeiro do Ar, Juniti Saito, ex comandante da Força Aérea, além de representantes de empresas de aviação.

A nova família de jatos, cujo projeto contou com investimento de R$ 6,8 bilhões, é composta por três modelos com capacidades entre 86 e 134 passageiros. A maior aeronave da família E2 vai custar R$ 260 milhões e o primeiro jato deve chegar ao mercado em 2018. Até agora foram feitos apenas protótipos, mas 267 aeronaves já foram vendidas.

Segundo a empresa, as principais mudanças, em relação à primeira família de jatos comerciais da fabricante, são na asa e no motor. Além disso, as novas tecnologias e sistemas na cabine de comando tornaram o avião mais seguro. Os jatos vão gastar 16% menos combustível que os anteriores. A emissão de gás carbônico vai cair 16% e os custos com manutenção serão 20% menores.

"Estamos investindo em tecnologia avançada, driblando a crise. O que nos fortalece é esse relacionamento de entender o que o mercado precisa. Investimos em uma família mais econômica, com motor mais eficiente e com custo de reparo menor", afirmou Paulo Cesar de Souza e Silva, presidente da Embraer Aviação Comercial.

A Embraer é líder no mercado mundial de jatos para até 130 passageiros e tem como principal concorrente a canadense Bombardier, mas os jatos E2 devem ajudar a empresa a enfrentar a concorrências de novas fabricantes da Rússia, China e Japão.

Apresentação

Durante o evento, o jato militar da Embraer KC-390 e outras aeronaves fizeram um voo de demonstração sobrevoando juntas São José dos Campos. O show aéreo despertou a atenção de moradores da cidade e municípios vizinhos. (assista abaixo)

Além disso, após a apresentação do E190-E2, a aeronave ficou exposta para que os funcionários pudesses fazer fotos ao lado do protótipo.

A Embraer é a terceira maior fabricante de aeronaves no mundo e um dos principais exportadores do país.

“Eu desconfio de cavalo de troca”



Por: O Antagonista

O Globo:

“As obras que a Odebrecht fez no sítio de Atibaia, frequentado pelo ex-presidente Lula e sua família, podem ter sido uma forma de propina, segundo o procurador da Lava-Jato, Carlos Fernando dos Santos Lima. Ele afirma que a mudança de postura da empreiteira, que ontem passou a admitir ter feito serviços na propriedade, é sinal de que a empresa tenta minimizar os fatos.

‘É uma tentativa de defesa. Dizer que foi favor, presente, é uma forma de minimizar o que realmente pode ter acontecido. As obras aconteceram. A Odebrecht pagou por elas. Eu desconfio de cavalo de troca.”

Como dissemos ontem, reproduzindo a opinião de dois procuradores de Brasília que nada têm a ver com a Lava Jato, as obras no sítio já são indícios suficientemente fortes para enrolar Lula.

Aparelhamento dos Fundos de Pensão acabou com aposentadoria de 500 mil


Infografico Fundos de pensaoDéficit na Petros (da Petrobras), Funcef (Caixa) e Postalis (Correios) é de R$ 29,6 bilhões O Globo

De segunda a sexta, é tudo sempre igual. Sai de casa cedo, no Jardim América, Zona Norte, viaja uma hora até o Centro do Rio e passa o dia à espera de um serviço de despachante no entorno da sede da Petrobras, onde trabalhou um terço da vida. Deixou a estatal, em 1993, levando um plano de previdência anunciado na empresa como a garantia de um “futuro mais tranquilo”.

Aos 71 anos, Livaldo Pereira de Souza é um aposentado preocupado com o seu futuro e o de outras 150 mil pessoas que, como ele, apostaram no fundo de previdência da Petrobras:

— Não é possível que a Petros possa estar em situação difícil — hesita. — Quando mais vou precisar, ela não poderá pagar minha pensão? Como um fundo como a Petros, que tinha um dos maiores patrimônios depois da Previ (Banco do Brasil), pode estar em situação difícil? Isso só pode ser má gestão dos dirigentes, que sempre foram nomeados por indicação do governo federal.

Fundos de pensaoAflição similar há um ano consome o cotidiano em Brasília de Maria do Socorro Ramalho, de 56 anos. Ex-funcionária da Caixa Econômica Federal, ela começou a ouvir rumores sobre uma crise no fundo de previdência Funcef. O boato virou realidade numa segunda-feira, 13 de abril, quando ouviu o presidente da Funcef Carlos Alberto Caser confirmar o déficit:

— Foi chocante, porque eles viviam falando que estava tudo bem.

Maika, como prefere ser chamada, soube de uma mobilização dos sócios do fundo dos Correios. Aposentados da Funcef e do Postalis foram ao Congresso pedir ajuda para obter informações sobre a situação das contas. Ela descobriu que a situação no Postalis é bem pior que na Funcef.

Em quatro meses de ativismo, ela percebeu também como é a elevada sensibilidade do Legislativo às pressões do funcionalismo: a Câmara abriu uma CPI dos Fundos de Pensão e o Senado já tem outra na fila.

Sobram motivos. Um deles é o tamanho do déficit na Petros (da Petrobras), Funcef (Caixa) e Postalis (Correios): R$ 29,6 bilhões, pela última medição governamental, em agosto do ano passado.

Outra razão é a velocidade em que o rombo aumenta: média de R$ 3,7 bilhões ao mês, até agosto. Nesse ritmo, os balanços de 2015 de Petros, Funcef e Postalis, cuja divulgação está prevista para abril, devem fechar com perdas de R$ 44,4 bilhões — um valor sete vezes maior que as perdas reconhecidas pela Petrobras com corrupção.

O pagamento dessa fatura será dividido ao meio entre associados de Petros, Funcef e Postalis e as estatais patrocinadoras — ou seja, pela sociedade, porque as empresas são controladas pelo Tesouro Nacional. No Ministério da Previdência e na CPI, considera-se provável que os 500 mil sócios dos três fundos atravessem as próximas duas décadas com reduções nos rendimentos. De até 26% no caso do Postalis.

— Roubaram meu dinheiro — desabafa Jackson Mendes, aposentado com 42 anos de trabalho nos Correios.

Professor de Matemática, Mendes integra o grupo que levou a Câmara a instalar a CPI. Ele se diz convicto:

— Fizeram investimentos mal explicados e o dinheiro virou pó.

A maioria dos responsáveis pelos déficits das fundações públicas tem em comum a origem no ativismo sindical. Nos últimos 12 anos, os principais gestores dos fundos de Petrobras, Banco do Brasil, Caixa e Correios saíram das fileiras do Sindicato dos Bancários de São Paulo.

É uma característica dos governos Lula e Dilma, e as razões têm mais a ver com perspectivas de poder e negócios do que com ideologias.

Os sindicalistas-gestores agem como força-tarefa alinhada ao governo. Compõem uma casta emergente na burocracia do PT. Agregam interesses pela capacidade de influir no acesso de grandes empresas ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), fonte principal de recursos subsidiados do BNDES. Onde não têm hegemonia, por efeito do loteamento administrativo, convivem em tensão permanente com indicados pelo PMDB e outros partidos, caso do Postalis.

O uso dos fundos de pensão estatais como instrumento de governo é um traço peculiar do modo de organização política brasileira. Moldadas no regime militar, as 89 fundações públicas existentes dispõem de uma reserva de investimentos (R$ 450 bilhões no ano passado) que seduz governantes: permite-lhes vislumbrar a possibilidade de induzir iniciativas econômicas, por meio da participação dos fundos na estrutura de propriedade das empresas envolvidas. Petros, Previ, Funcef e Postalis, por exemplo, concentram dois terços do patrimônio dos fundos públicos.

Essas entidades paraestatais cresceram nas privatizações iniciadas por Fernando Collor e Itamar Franco. Com Fernando Henrique Cardoso, passaram ao centro das mudanças na mineração (Vale) e nas comunicações (Telefônicas).

Quando chegou ao Planalto, em 2003, Lula estava decidido a ampliar esse canal de influência sobre o setor privado, pela via da multiplicação da presença dos fundos de pensão estatais e do BNDES no quadro societário das empresas.

Havia um projeto, desenhado desde os primórdios do PT e da Central Única dos Trabalhadores, por iniciativa de Luiz Gushiken, então presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo.

Tipo incomum, ascendera à liderança sindical convocando greves a bordo de terno e gravata. Trocou a militância no comunismo trotskista pela composição com Lula, líder dos metalúrgicos, a partir de uma conversa de botequim. Ajudou a escrever o primeiro estatuto, presidiu o PT, elegeu-se deputado federal três vezes e se tornou um dos mais influentes assessores de Lula.

Foram os negócios nada ortodoxos entre fundos estatais e empresas privadas durante o governo Collor, em 1991, que levaram Gushiken e dois diretores do sindicato paulistano, Ricardo Berzoini e Sérgio Rosa, a abrir o debate dentro do PT sobre o potencial político dos fundos de pensão — até então percebidos como meros instrumentos governamentais de cooptação de sindicalistas.

No ano seguinte, a cúpula político-sindical do PT elegeu bancários para diretorias da Previ e da Funcef, derrotando a velha guarda da Confederação dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito.

O grupo avançou com a eleição de Berzoini à presidência do sindicato paulistano, com Sérgio Rosa e João Vaccari Neto na diretoria. Meses depois, esse trio teve a ideia de entrar no ramo imobiliário com apoio financeiro dos fundos de previdência: nascia a Bancoop, cooperativa habitacional, hoje alvo de múltiplos processos por suposto desvio de dinheiro para campanhas do PT e calote em mais de dois mil clientes.

Gushiken decidiu não disputar o quarto mandato de deputado federal pelo PT, em 1998. Berzoini ficou com a vaga. Elegeu-se, mas fez questão de continuar na direção da Bancoop até a campanha presidencial de Lula, em 2002.

Na sede da CUT, Gushiken instalou um curso para formação de sindicalistas em Previdência Complementar. Sinalizava o rumo nas apostilas: “No Brasil, o fundo de pensão como fonte de poder ou como potente agente de negociação nunca foi objeto de discussão nos sindicatos (…) Existe a possibilidade, não remota, de que este monumental volume de recursos, oriundos do sacrifício de milhões de trabalhadores, venha a se transformar num gigantesco pesadelo para estes mesmos trabalhadores”.

O grupo testou o potencial de um fundo estatal na campanha presidencial de 2002. Sérgio Rosa estava na diretoria de Participações da Previ, onde decidem-se os investimentos. Numa quinta-feira, 9 de maio, ele despachou cartas a uma centena de conselheiros do fundo em empresas privadas. Pediu informações sobre como a disputa política “está sendo abordada na empresa em que nos representa” e “qual o posicionamento” das companhias privadas quanto à “participação efetiva no processo”.

Naquele ano eleitoral, as aplicações da Previ no mercado de ações foram quadruplicadas. Adversários sindicais, como Magno de Mello e Valmir Camilo, relacionaram as aplicações da Previ com doações de empresas privadas para Lula e 254 candidatos do PT em todo o país.

Eleito, Lula deu à burocracia sindical 11 dos 33 ministérios e partilhou diretorias na Petrobras, Banco do Brasil, Caixa e Correios com PMDB e PTB, entre outros integrantes da “maior base parlamentar do Ocidente”, como definia o ministro da Casa Civil, José Dirceu.

Gushiken ficou com a Secretaria de Comunicação; Berzoini foi para o Ministério da Previdência; e Vaccari assumiu o sindicato em São Paulo. Eles definiram com Lula o comando dos maiores fundos de pensão estatais a partir do núcleo do sindicalismo bancário. Assim, Sérgio Rosa ganhou a presidência da Previ, Wagner Pinheiro ficou com a Petros e Guilherme Lacerda foi para a Funcef. Ao PMDB reservaram o menor, Postalis.

Na Previdência, Berzoini fechou o circuito com a nomeação de um ex-conselheiro fiscal da Bancoop, Carlos Gabas, para a secretaria-executiva do ministério, que controla o órgão de fiscalização dos fundos de pensão, a Previc. Passaram os anos seguintes testando na prática o projeto que haviam imaginado na década de 80. Os bons companheiros estavam no poder.

GRUPO GERDAU TEVE ‘ANOS DOURADOS’ COM O PT



Enrolada na Operação Zelotes, a gigante da siderurgia Gerdau ganhou dinheiro na era petista como poucas empresas: quase R$ 90,8 milhões pagos pelo Executivo entre 2004 e 2015. O grupo também ascendeu politicamente na era PT e tem livre-trânsito no Planalto. Ex-presidente do conglomerado, Jorge Gerdau caiu nas graças do governo, não foi ministro porque não quis e virou membro do “conselhão” de Dilma.

Na disputa eleitoral pela Presidência da República, o grupo Gerdau foi generoso com a campanha de Dilma, para quem doou R$ 5 milhões.

Desde o fim do governo de Lula e início da gestão Dilma, entre 2010 e 2012, o grupo Gerdau faturou R$ 90 milhões no governo federal.

A figura de Jorge Gerdau é tão forte que ele foi citado como alvo da 6ª fase da Zelotes. Era o filho André, presidente do grupo desde 2007.

Presidente do grupo, André Gerdau disse à PF que recrutou escritórios especializados apenas para provar ser descabida a multa de R$1,5 bi.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Entenda como uma lei antiterror deu carta branca para o terrorismo de esquerda


A ilustração é do Google

O Brasil será o primeiro país do mundo a ter uma lei antiterrorismo que, na prática, concede a alguns grupos a licença para praticar… terrorismo, chamando-o de outro nome! Vamos ver.

A Câmara aprovou nesta quarta o Projeto de Lei 2016/15 (aqui), que tipifica o crime de terrorismo, prevendo penas de reclusão, a depender do ato, que vão de 8 a 30 anos em regime fechado.

A Constituição brasileira traz duas vezes a palavra “terrorismo”: no Inciso VII do Artigo 4º e no Inciso XLIII do Artigo 5º. Definem, respectivamente:

“Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
(…)
VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;”

e

“Art. 5º, XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;”

E isso era tudo o que tínhamos. Sem uma lei que definisse o que é terrorismo e que estabelecesse as devidas penas, o princípio previsto na Constituição era inerme. Tanto é assim que o Brasil já prendeu um terrorista ligado à rede Al Qaeda e o soltou — por falta de uma lei.

E por que não havia? Porque as esquerdas, muito especialmente o petismo, jamais permitiram que o debate prosperasse. A razão? Simples! Muitos dos métodos a que recorrem, por exemplo, o MST (Movimento dos Sem Terra) e, mais recentemente, movimentos de sem-teto seriam enquadrados, sem esforço, como atos de caráter terrorista em qualquer país do mundo.

Segundo a proposta aprovada na Câmara, são atos terroristas “expor a perigo a pessoa, o patrimônio, a incolumidade pública ou a paz pública ou coagir autoridades a fazer ou deixar de fazer algo” por “razões de ideologia, política, xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou gênero”.

Certo! Até aí vamos bem.

Também se pune com pena 8 a 12 anos quem “promover, constituir ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa, organização terrorista”. Ou ainda aquele que “recrutar, organizar, transportar ou municiar indivíduos que viajem para país distinto daquele de sua residência ou nacionalidade; ou fornecer ou receber treinamento em país distinto daquele de sua residência ou nacionalidade”.

Prevê-se ainda a punição de pessoa ou empesa que, em relação ao terror, “oferecer, receber, obter, guardar, manter em depósito, solicitar, investir ou de qualquer modo contribuir para a obtenção de ativos, bens ou recursos financeiros, com a finalidade de financiar, custear, diretamente ou indiretamente”.

Muito bem! O Brasil estava prestes a sofrer sanções de organismos internacionais por ser um dos poucos países do mundo a não dispor de uma lei antiterror.

E onde está o absurdo do texto? Ora, o projeto simplesmente torna imunes da imputação de terrorismo os ditos movimentos sociais. Prestem atenção a este artigo:

“[a imputação de terrorismo] não se aplica à conduta individual ou coletiva de pessoas em manifestações políticas, movimentos sociais ou sindicais movidos por propósitos sociais ou reivindicatórios, visando a contestar, criticar, protestar ou apoiar, com o objetivo de defender ou buscar direitos, garantias e liberdades constitucionais”.

Ou por outra: esses ditos movimentos reivindicatórios, se quiserem, poderão “provocar o terror, expondo a perigo a pessoa, o patrimônio, a incolumidade pública ou a paz pública ou coagir autoridades a fazer ou deixar de fazer algo”. E terror não será.

Se o Movimento Passe Livre, o MST e o MTST decidirem sair barbarizando por aí, o nome disso será “reivindicação”. Se um vagabundo jogar uma bomba caseira dentro de uma estação de metrô, como chegou a acontecer recentemente, o nome disso é “protesto”.

Atenção! Quando esse texto passou pelo Senado, o relator, Aloysio Nunes Ferreira (SP), excluiu esse artigo absurdo. Mas os petistas e as esquerdas da Câmara pressionaram para que a Casa restaurasse a proposta.

José Guimarães, líder do PT na Casa, disse a seguinte asnice: “Esses movimentos sempre foram e são necessários para sustentar a evolução do processo democrático no Brasil. A proposta preserva isso, diferentemente do que fez o Senado. Preservar esse legado é algo muito importante”.

Que legado? O do terror? Não existe um único país do mundo que defina em lei os grupos que são imunes à imputação do terror.

Eu não tenho dúvida de que está caracterizada aí uma inconstitucionalidade. No tempo em que havia OAB no Brasil, algo assim não passaria em brancas nuvens. Hoje em dia! Para vocês terem uma ideia, o deputado petista Wadih Damous, ex-presidente da OAB-Rio, foi contra até mesmo a aprovação dessa lei frouxa.

Não há nada parecido em todo o mundo. Vai ver os bananas daqui estão certos, e o mundo todo está errado.

Por Reinaldo Azevedo

Senado retira obrigatoriedade da Petrobras no pré-sal


DÁDIVA OU MALDIÇÃO? - O navio-plataforma Cidade de Anchieta, o primeiro a produzir no pré-sal: contrato de arrendamento
sob suspeita

Veja.com

O plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira a alteração da regra de participação mínima da Petrobras na exploração do pré-sal, como operadora única. Os senadores aprovaram um substitutivo do relator Romero Jucá (PMDB-RR) ao texto original de autoria do senador José Serra (PSDB-SP), que tramitava em regime de urgência. O texto seguirá para a Câmara dos Deputados.

O projeto foi aprovado com 40 votos favoráveis, 26 contrários e duas abstenções. A medida acaba com a participação mínima de 30% da Petrobras no consórcio de exploração do pré-sal e com a obrigatoriedade de a estatal ser a única responsável pela "condução e execução, direta ou indireta, de todas as atividades de exploração, avaliação, desenvolvimento, produção e desativação das instalações de exploração e produção".

Conforme o substitutivo, caberá ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), indicado pela Presidência da República, oferecer à Petrobras "a preferência de ser o operador exclusivo de blocos a serem contratados sob o regime de partilha de produção". A estatal terá trinta dias para se manifestar. É o conselho então quem deverá propor de maneira estratégica à Presidência quais blocos deverão ser operados pela Petrobras, com participação mínima de 30% no consórcio.

Negociação - O texto substitutivo de plenário foi costurado pelo governo Dilma Rousseff com Jucá, mas mesmo assim sofreu resistência do PT e de parte da base aliada. Partidos como a Rede, o PDT, o PTB, PRB, PSB e PCdoB encaminharam voto contra o projeto. Estudantes da UNE vestidos com jaleco laranja da Petrobras fizeram protesto no Senado contra a proposta. PSDB, PMDB, DEM, PP, PSD e PR defenderam a mudança na legislação.

"Estamos meio perplexos porque formos derrotados por uma aliança do governo com o PSDB", disse o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). "Vamos continuar nossa luta para que a presidente Dilma vete esse projeto se chegar ao Palácio do Planalto."

"O governo não tem o meu respeito por ter exposto a bancada do PT desse jeito", disse a senadora Simone Tebet (PMDB-MS).

Os defensores da proposta disseram que a Petrobras, endividada e desgastada pelo escândalo do petrolão, não tem condições financeiras atualmente de participar de todos os campos em águas profundas. Os contrários afirmaram que o projeto favorece multinacionais e entrega riquezas da camada do pré-sal a empresas privadas, no momento em que o barril de petróleo é negociado por preço abaixo de 30 dólares.

"A Petrobras não consegue nem mais explorar poços maduros em terra, porque não tem meios para isso. É hora de estudarmos uma flexibilização dessa exploração. Há milhares de desempregados no Brasil pela incapacidade que a Petrobras tem de explorar, porque não interessa a ela economicamente explorar poços de pequena produção em terra. Ela não explora, nem deixa explorar. Olha o que acontece em Mossoró, em Sergipe e na Bahia", disse o líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB). O texto não retira da Petrobras a preferência na exploração, mas abre uma faculdade de fazê-lo para permitir que outros façam a exploração."

"Quem nomeia na Petrobras e no Conselho é o governo, então vai ficar tudo na mão do governo de plantão", disse o líder do PSB, Antonio Carlos Valadares (SE). "Esse é um modelo do faz de conta."

Comandante do naufrágio diz que a culpa é dos afogados



Veja/Por:Augusto Nunes

Na missa negra disfarçada de comercial do PT, Lula explicou que o naufrágio econômico que comandou, em parceria com Dilma Rousseff, é coisa de afogados que insistem em lamentar o que aconteceu. Os culpados pelo desastre, recitou o Exterminador do Plural, são “as pessoas que falam em crise, crise, crise, repete (sic) isso todo santo dia e fica (sic) minando a confiança no Brasil”.

A conversa de 171, abafada pelo desmoralizante panelaço que acelerou o aquecimento para um histórico 13 de março, reiterou que, na cabeça baldia do ex-presidente, qualquer problema desaparece se a palavra que o identifica deixar de ser pronunciada. Como disse o mestre aos discípulos que resistem à tentação da debandada, basta ignorar uma encrenca para que tudo se resolva.

Foi por isso que o restante do sermão não reservou uma única e escassa vírgula ao triplex do Guarujá, nem ao sítio em Atibaia, muito menos à segunda-dama Rosemary Noronha. Lula e o que sobrou da seita ainda não entenderam que as coisas mudaram depois da Lava Jato. Se espera que as delinquências que protagonizou sejam esquecidas, é bom esperar sentado.

Bem mais sensato seria providenciar algum esconderijo reformado por empreiteiros amigos ─ antes que chegue o Japonês da Federal.

PSDB AJUDA A SALVAR COUTINHO NA CPI DO BNDES



O PSDB se revela a oposição que a presidente Dilma pediu a Deus. A bancada do partido na Câmara se dividiu porque parte dos deputados brigaram para impedir o indiciamento do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, na CPI que investiga as maracutaias nesse banco. Por tabela, os tucanos ajudaram também o fazendeiro José Carlos Bumlai, amigão do ex-presidente Lula que está preso na Lava Jato.

O líder do PSDB, Miguel Haddad (SP), discutia no plenário da Câmara, terça (23), contra indiciamentos na CPI do BNDES, exceto o de Lula.

Seguindo orientação do governo Dilma, o relator da CPI do BNDES, José Rocha (PR-BA), não recomendou um único indiciamento.

A divisão no PSDB tem a ver ainda com a eleição para líder, quando Antonio Imbassahy (BA) derrotou Jutahy Junior (BA).

STF INCLUI MERCADANTE, ALOYSIO NUNES E HADDAD NA LAVA JATO



O ministro Celso de Mello (foto), do Supremo Tribunal Federal (STF), anexou novos fatos sobre o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) e o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, em um inquérito mantido até esta quarta-feira, 24, sob sigilo na corte. Ambos são investigados por supostos crimes eleitorais com base na delação do dono da UTC, Ricardo Pessoa, obtida no âmbito da Operação Lava Jato.

As novas informações integram a delação do diretor financeiro da UTC, Walmir Pinheiro. O delator disse ao Ministério Público que foram feitas três doações eleitorais, de R$ 250 mil cada uma, ao ministro e então candidato petista ao governo de São Paulo em 2010.

Pinheiro afirmou que jamais esteve pessoalmente com Mercadante. No entanto, ele disse que, das três doações, uma foi feita pela UTC, a segunda pela Constran e a terceira "por fora". Ele não se recordava da forma como o pagamento foi operacionalizado e tampouco para quem o dinheiro em espécie foi entregue.

Ao incluir as informações no inquérito de Mercadante e Aloysio, Mello atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). "O pagamento de vantagens pecuniárias indevidas a Aloysio Nunes Ferreira e Aloizio Mercadante pelo grupo empresarial UTC, em valores em espécie e inclusive sob o disfarce de doação eleitoral 'oficial', pode configurar os crimes de corrupção passiva ou de falsidade ideológica eleitoral e de lavagem de dinheiro", escreveu a vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, ao STF em novembro.

Wiecko destaca que os fatos já são objeto de investigação no Supremo. Por isso, ela pede o "simples apensamento" das informações prestadas por Pinheiro ao inquérito que corre sob relatoria de Celso de Mello.

Ricardo Pessoa, dono da UTC, já havia relatado em delação premiada que originou a abertura do inquérito uma reunião Mercadante na qual foram acertadas doações políticas. De acordo com o empreiteiro, o ministro, então candidato ao governo paulista em 2010, presenciou um acerto no qual ficou acordado que R$ 250 mil seriam repassados em doação oficial à campanha e outros R$ 250 mil seriam dados em espécie, tendo saído do caixa 2 da empreiteira.

Pessoa afirmou que a reunião ocorreu em um apartamento no bairro de Alto de Pinheiros, região nobre de São Paulo, com a presença também do então coordenador da campanha petista e atualmente presidente do diretório estadual do PT, Emídio Souza. Mercadante sustenta que recebeu R$ 500 mil em doação oficial declarada à Justiça Eleitoral e rechaça a tese de existência de caixa 2.

Sobre Aloysio Nunes, Pinheiro afirmou que soube de um encontro entre o tucano e Ricardo Pessoa, no qual ficou acertada doação oficial de R$ 300 mil para campanha do senador e R$ 200 mil em espécie. Ele afirmou ainda que, normalmente, o pagamento em espécie é utilizado para "pagamento de boca de urna".

A informação vai ao encontro do declarado por Pessoa, que relatou ter acertado com Aloysio Nunes doação para campanha eleitoral no valor de R$ 500 mil, sendo R$ 300 mil feitos por repasses oficiais e R$ 200 mil em dinheiro. O encontro, segundo o dono da UTC, foi feito no escritório político do senador e então candidato, na Avenida 9 de Julho, em São Paulo.

Pedidos

Celso de Mello também autorizou, conforme pedido da PGR, o envio para outros foros competentes de informações sobre o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), o ex-ministro Hélio Costa (PMDB-MG) e o ex-deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP).

No mesmo despacho, o ministro do STF determinou o arquivamento da menção feita sobre os deputados Paulinho da Força (PSD-SP), Luiz Sérgio (PT-RJ) e sobre ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

POESIA DE QUARTA FEIRA

Academia Caçapavense de Letras

Minha escolha

 

Poeta SOLANO TRINDADE

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GRAVATA COLORIDA

“Quando eu tiver bastante pão
para meus filhos
para minha amada
pros meus amigos
e pros meus vizinhos
quando eu tiver
livros para ler
então eu comprarei
uma gravata colorida
larga
bonita
e darei um laço perfeito
e ficarei mostrando
a minha gravata colorida
a todos os que gostam
de gente engravatada…”

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Caso queira ver sua poesia preferida aqui publicada, encaminhe acl.cacapavense@gmail.com

 

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Brasilino Neto, da Academia Caçapavense de Letras


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