domingo, 31 de maio de 2015

Pesquisa deixa Planalto em alerta


Gerson Camarotti

O Palácio do Planalto teve acesso a uma pesquisa que avaliou a popularidade do governo. Nas palavras de um auxiliar da presidente Dilma Rousseff que teve acesso aos números, o resultado é preocupante. Pela primeira vez, a aprovação do governo Dilma está abaixo dos 10%, segundo a pesquisa.

Construtora do Aerovale pretende reparar dano ambiental em 100 dias


Do G1 Vale do Paraíba e Região

AEROVALE 3 (Foto: Divulgação/Aerovale)

Três meses após a obra do Aerovale se tornar alvo de uma ação do Ministério Público, a construtora Penido, responsável pelo empreendimento, apresentou à Justiça um plano de recuperação ambiental da área, em que pretende concluir as obras em 100 dias. O projeto foi uma exigência da Justiça e prevê uma série de atividades para controle de erosão.

Em fevereiro o MP entrou com uma ação na Justiça pedindo a interdição da obra e a demolição de vias que foram construídas em Áreas de Preservação Permanente (APP) e úmidas no empreendimento aeronáutico privado, em Caçapava (SP). O projeto de reparo foi submetido à Justiça e aguarda parecer.

Entre as atividades de reparo ambiental listadas no documento estão a implantação de sistemas de drenagem superficial e subterrânea (como canaletas e bueiros), cobertura vegetal das áreas terraplenadas e terraceamento, que é uma técnica agrícola de conservação do solo, destinada ao controle de erosão hídrica em terrenos inclinados.

O G1 tentou contato com a construtora para comentar o caso, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

Ação
A ação do Ministério Público vai contra o Centro Empresarial Aeroespacial Incorporadora, a Penido Construtora e Pavimentadora e a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e tem como objetivo reparar danos ambientais.

Para o MP, não houve análise do impacto ambiental da construção do empreendimento na vizinhança e faltaram licenciamentos ambientais que autorizassem a construção em travessia de curso de água e supressão de vegetação.

O Aerovale fica às margens da rodovia Carvalho Pinto (SP-70), com lotes aeronáuticos, comerciais, industriais, com acesso direto à pista do aeroporto, que será terminal de cargas e passageiros. O empreendimento está em obras e tinha previsão inicial de ser entregue no segundo semestre.

Após o início da ação, o Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (GAEMA) entrou com um recurso para que a obra fosse suspensa até o fim da perícia necessária. O recurso foi aceito em março e as obras suspensas sob multa de R$ 5 mil por semana de descumprimento.

Celebre: hoje é seu último dia de trabalho para o governo


Casal fazendo contas

Acredite: 31 de maio é o último dia de trabalho de cada brasileiro para pagar impostos municipais, estaduais e federais em 2015. O cálculo de que cada contribuinte paga ao governo o equivalente a cinco meses de salário por ano foi feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) e é uma forma de traduzir a imensa carga tributária da economia para a escala do trabalho. O instituto estima que os brasileiros dediquem 151 dias de trabalho ao ano para pagar impostos - o dobro do que era na década de 1970.

Complexa e pouco transparente, a carga tributária no Brasil atravanca negócios, reduz a competitividade dos produtos e penaliza a população de todas as faixas de renda - em especial as mais baixas, que estão mais sujeitas às intempéries econômicas e à má qualidade dos serviços públicos sustentados com o dinheiro da tributação.

Em ano de ajuste fiscal e elevação de impostos, como é o caso de 2015, o IBPT estima que a conta de dias trabalhados para o governo cresça para 157 a partir do ano que vem. Entre os impostos a serem elevados estão o Programa de Integração Social (PIS), a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre os combustíveis, além do retorno da Contribuição para Intervenção no Domínio Econômico (Cide). Também foi aprovada esta semana pelo Senado uma medida provisória que eleva a tributação sobre alguns produtos importados, como cosméticos. Outra decisão diz respeito ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no crédito para pessoas físicas, cuja alíquota passa de 1,5% para 3%.

sábado, 30 de maio de 2015

PLANALTO IGNORA LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO PARA PROTEGER ROSE





AMIGA ÍNTIMA DE LULA, FOI CHEFE DE GABINETE DELE E HOJE É PROCESSADA POR TRÁFICO DE INFLUÊNCIA, CORRUPÇÃO PASSIVA E FORMAÇÃO DE QUADRILHA.

O Planalto optou por ofender a Lei de Acesso à Informação, que Dilma sancionou, para esconder o relatório de gastos do cartão corporativo utilizado pela ex-chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, amiga íntima de Lula. Após 45 dias enrolando, o Planalto alegou ontem, em resumo, que a farra de gastos de Rosemary virou caso de “segurança da sociedade e do Estado”.

Rosemary foi alvo da operação Porto Seguro, da Polícia Federal, e denunciada pelo Ministério Público por improbidade administrativa.

Acusada de tráfico de influência, corrupção passiva e formação de quadrilha, Rose ficou conhecida como “facilitadora-geral da República”.

Quase sempre presente em viagens internacionais nas ausências de d. Marisa, Rose Noronha até fez indicações para cargos importantes.

Mesmo sob a Lei de Acesso à Informação, o Planalto não mostrou valores, datas, locais e transações de Rose com cartão corporativo.

Pimentel ingressa na turma dos que não sabiam



Não para de crescer a turma de autoridades e governantes que não sabiam de nada. O penúltimo a ingressar no grupo é o governador petista de Minas Gerais, Fernando Pimentel.

Deflagrada nesta sexta-feira pela Polícia Federal, a Operação Acrônimo resultou num lote de prisões. Executaram-se também mandados judicias de busca e apreensão.

Entre os presos, pessoas que atuaram na campanha de Pimentel, no ano passado. Entre os endereços vasculhados, um apartamento usado pela mulher de Pimentel, Carolina Oliveira, e outro de um político do grupo do governador mineiro, o ex-deputado federal Virgílio Guimarães (PT-MG).

A assessoria do governador afirma que Pimentel não é alvo da investigação. E sustenta que o governador não pode responder por atos de prestadores de serviço de sua campanha. A PF também diz que que Pimentel “ainda” não é investigado. Melhor assim. Pimentel ganha tempo para verificar o que se passa ao seu redor.

Governo tenta pegar uma carona no caso Fifa



É bom saber que o governo acompanha o noticiário. É ótimo verificar que o governo reage às notícias. Seria insuportável conviver com um governo que desprezasse a realidade. Mas um governo assim, atento às descobertas alheias, também é preocupante. O que as autoridades fazem em reação às manchetes é o que se abstiveram de fazer por obrigação. Ou precaução.

No escândalo da Fifa, Brasília se esforça para pegar uma carona no trabalho do FBI. A presença do ex-presidente da CBF José Maria Marin entre os presos da Suíça é constrangedora para essa terra de palmeiras. Ficou evidente que, por omissão ou negligência, os órgãos de investigação do país do futebol foram driblados pela cartolagem. Agora, chegam com atraso no lance.

Com o escândalo já estampado nas manchetes, o ministro José Eduardo Cardoso(Justiça) foi à grande área. Mas o campo pareceu-lhe mal demarcado. “Só podemos investigar delitos que sejam tipificados pela legislação brasileira. Se neste caso houver, a Polícia Federal abrirá um inquérito e fará uma investigação rigorosa em relação a isso.''

Segundo Cardozo, o Departamento de Justiça Americano propôs uma tabelinha. Um dos procuradores que atuam no caso, Kelly Currie, disse que a Justiça dos Estados Unidos pretende compartilhar informações. Se quiser, o Brasil poderá abrir suas próprias investigações.

“A cooperação do Brasil será feita”, disse Cardozo, chutando uma bola quadrada. “Havendo indício de práticas ilícitas perante a legislação brasileira e de órbita federal, agiremos com rigor”, completou, com a disposição de um zagueiro de time de várzea. “É interesse do Brasil que tudo se esclareça.''

Nesta sexta-feira, a Receita Federal veio à lateral do campo para informar que investiga fraudes no futebol brasileiro desde 2002. Hã?!? O fisco diz ter perscrutado 96 pessoas e empresas ligadas à bola. Em 13 anos, cobrou R$ 4,7 bilhões em tributos, multas e juros. Não disse se acionou o Ministério Público Federal ou a PF. Tampouco revelou os nomes dos investigados. Alegou que estão protegidos pelo sigilo fiscal.

Informou-se que o setor de Inteligência da Receita busca informações no fisco americano. Quer saber se há novas provas contra personagens que já auditou ou acusações contra envolvidos que jamais farejou.

De repente, o futebol tornou-se uma urgência governamental. Não que já não fosse, por malcheiroso, urgente há décadas. Fica-se imaginando por quanto tempo a CBF continuaria fazendo o que bem entende se o FBI não tivesse transformado o urgente em alarmante.

Editoria de Arte/Folha

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Deputado é flagrado vendo pornô no plenário


Deputado João Rodrigues (PSD-SC)

Na exaustiva sessão de votação da reforma política na Câmara dos Deputados, na noite de quarta-feira, o deputado João Rodrigues (PSD-SC) resolveu se distrair vendo vídeos pornográficos em seu celular - fez questão, inclusive, de compartilhar as cenas com colegas de plenário. As imagens foram flagradas por um cinegrafista do SBT. Diante da repercussão nas redes sociais, Rodrigues culpou um amigo que, segundo ele, costuma enviar vídeos e fotografias de pornografia por meio do Whatsapp. "Nesses grupos de WhatsApp que eu tenho, todo mundo tem, tem muitos amigos que mandam muita sacanagem", disse ao jornal Folha de S.Paulo.

PPS contesta no STF veto de Dilma à transparência dos créditos do BNDES


BNDES

O PPS protocolará nesta quinta-feira no STF uma ADI (Ação Direta de Insconstitucionalidade) contra Dilma Rousseff. Na peça, o partido pede ao Supremo que anule, por inconstitucional, o veto da presidente ao texto aprovado pelo Congresso que determinava o fim do sigilo nos empréstimos concedidos pelo BNDES.

A regra da transparência havia sido enfiada pela oposição dentro de uma medida provisória editada por Dilma para repassar R$ 30 bilhões do Tesouro ao BNDES. A presidente sancionou a proposta há uma semana. Mas vetou o artigo que obrigava o bancão oficial a dar publicidade às suas operações de crédito —coisa de R$ 188 bilhões só no ano de 2014.

Para justificar o veto, Dilma invocou uma velha alegação: “a divulgação ampla e irrestrita das informações das operações de apoio financeiro do BNDES feriria sigilos bancários e empresariais e prejudicaria a competitividade das empresas brasileiras”.

Responsável pela ação judicial do PPS, o vice-líder do partido Raul Jungmann (PE) esgrime a tese segundo a qual a publicidade deve prevalecer sobre o segredo nos negócios de Estado. Daí o seu pedido para que o Supremo declare a inconstitucionalidade do sigilo eterno do BNDES.

Câmara mantém coligações em eleições para deputados


Congresso Nacional - Câmara dos Deputados

Com incríveis 32 partidos no país, proposta não alcançou maioria para ser aprovada – e o Brasil deverá seguir num crescente de legendas de aluguel

Em mais uma rodada de votações da reforma política, a Câmara dos Deputados rejeitou nesta quinta-feira a proposta que acaba com as coligações partidárias nas eleições proporcionais - vereadores, deputados federais, estaduais e distritais. A medida teria como consequência acabar com a "indústria" de partidos nanicos que, durante as eleições, tornam-se meras legendas de aluguel ao aliar-se a outras agremiações para negociar tempo de televisão e cargos. No entanto, com um número recorde de 28 legendas na Casa na atual legislatura, das quais muitas seriam prejudicadas, o projeto não conseguiu maioria necessária - recebeu 206 votos favoráveis, sendo que o mínimo era de 308.

Durante a votação, os partidos de menor peso, como representantes do bloco comandado pelo PRB, com nove legendas e 38 deputados, fizeram um apelo contra o fim das coligações. "É muito fácil defender a medida gastando fortunas nas eleições. Quero ver gastar pouco e gastar sola de sapato", disse o deputado Edson Moreira (PTN-MG). "Temos de garantir a liberdade de associação partidária", discursou a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

Deputados contrários às coligações destacaram a quantidade de partidos no Brasil - atualmente são 32 - para questionar a necessidade deles, que sobrevivem às custas do dinheiro público do fundo partidário. "Nós somos contra coligação e contra carona. Política é para ter voto e ter representatividade nesse Parlamento", afirmou o deputado Hildo Rocha (PMDB-MA).

"As coligações proporcionais viraram um instrumento de perda de qualidade no sistema político-decisório brasileiro. Você vota em 'a' e elege 'z'. O eleitor é induzido ao erro", disse o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG).

quinta-feira, 28 de maio de 2015

PT continua privatizando a Petrobras, quietinho e em fatias



Com a política de vender o que for possível para engordar o caixa, estatal começa conversas com grupo do bilionário egípcio Mohamed Al Fayed

A Petrobras iniciou conversas com o grupo do bilionário egípcio Mohamed Al Fayed – ex- dono da loja de departamento de luxo Harrods – para negociar a Transpetro, uma das subsidiárias da estatal . Não se sabe se a Petrobras quer vender o controle da Transpetro ou apenas uma fatia menor. De qualquer forma, a intenção é se desfazer de patrimônio para engordar o caixa da empresa, que atravessa a pior crise de sua história. O grupo de Fayed também mostra interesse em realizar investimentos no Pré-Sal e em polidutos. Não há prazo para o final das negociações.

Com unanimidade entre partidos, Câmara aprova fim da reeleição



A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira o fim da reeleição para prefeito, governador e presidente da República. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) ainda depende de votação em segundo turno na Casa e da concordância do Senado Federal. A medida teve 452 votos favoráveis e 19 contrários. A votação se deu no esforço da Câmara para apreciar temas da reforma política ao longo da semana.

A emenda da reeleição foi aprovada em 1997 e possibilitou que o então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e os governadores em exercício buscassem um segundo mandato. Na época, houve acusações de compra de votos para a aprovação da medida.

Na votação desta quinta, todos os partidos orientaram suas bancadas a votar pelo fim da reeleição. O deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) fez um mea culpa: "Eu votei pela reeleição na época e me arrependo amargamente. É um instituto para país desenvolvido e não um país em construção como o Brasil", disse ele.

O líder do PMDB, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), também apoiou a mudança. "A reeleição foi um instrumento que não se mostrou construtivo para o país e causou muitas distorções", disse ele. Na maior parte dos casos, os críticos da reeleição afirmaram que a prática é uma das causas da corrupção na política.

Dentre os poucos parlamentares que defenderam a possibilidade de reeleição, o argumento era o de que o instituto não é responsável direto por desvios. "O que nós temos que fazer é melhorar o processo eleitoral", disse Celso Pansera (PMDB-RJ).

Nesta quinta-feira, a Câmara deve estabelecer o tamanho do mandato eleitoral. O mais provável é que o mandato seja estendido para cinco anos - sem, contudo, afetar os atuais governantes. A Casa também decidirá se implementa a coincidência de eleições. Nesse caso, vereadores e prefeitos seriam eleitos no mesmo ano em que deputados, senadores, governadores e o presidente.

STF descarta infidelidade partidária para cargo majoritário


Sessão de abertura do ano judiciário de 2015 no Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília (DF)

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira que políticos eleitos em pleitos majoritários - senadores, prefeitos, governadores e presidente da República - não podem perder os mandatos caso mudem de partido.

Por unanimidade, os ministros entenderam que as regras do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para coibir o troca-troca partidário entre parlamentares não se aplicam em eleições majoritárias porque subvertem a vontade do eleitor e violam a soberania popular. A decisão da corte sepulta as pretensões do PT para tentar tomar o mandato da senadora Marta Suplicy, que deixou a sigla.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou no ano passado ao STF a ação de inconstitucionalidade julgada nesta quarta-feira. Para o chefe do Ministério Público, ao contrário do que ocorre em eleições proporcionais de deputados e vereadores, por exemplo, os eleitos em disputas majoritárias conquistaram votos mais pela própria imagem de candidato e não por influência das agremiações a que são filiados. Por essa lógica, diz o MP, tirar o mandato de um senador, prefeito, governador ou presidente da República porque o político trocou de partido seria o mesmo que violar a soberania do eleitor, que elegeu aquele candidato específico.

O mesmo cenário não acontece, segundo o procurador-geral, no caso das eleições proporcionais para deputados e vereadores, já que a maior parte desses parlamentares é levada ao cargo pelos votos recebidos pelo partido, e não por votos individuais direcionados pelo eleitor.

A discussão sobre a abrangência das regras de fidelidade partidária ocorre porque o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) editou a Resolução 22.610/2008, que disciplina o processo de perda de mandato em caso de infidelidade partidária, mas incluiu as eleições proporcionais e as majoritárias na mesma norma. "A imposição de perda de cargo por desfiliação partidária aos exercentes de mandato no Poder Executivo e no Senado Federal beneficia o respectivo suplente ou vice, que nem sequer necessariamente se filia ao mesmo partido do titular do mandato", criticou Janot ao defender que a previsão de perda de mandato por desfiliação partidária não seja aplicada a cargos majoritários.

O relator do processo julgado hoje no STF, ministro Luis Roberto Barroso, destacou que, na atual legislatura na Câmara dos Deputados, apenas 36 dos 513 deputados eleitos atingiram votação igual ou superior ao quociente eleitoral, o que significa que somente 7% dos deputados federais foram eleitos com votos próprios. Há casos ainda mais emblemáticos: dos atuais deputados no Congresso, nenhum foi eleito com os próprios votos no Acre, Alagoas, Amapá, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Rio Grande do Sul, Tocantins e Distrito Federal.

O relator disse que a mesma dependência partidária não ocorre nas eleições majoritárias, quando o candidato acaba eleito pelos seus próprios votos e não depende do chamado quociente eleitoral. Por isso, para ele não pode haver nesses casos uma punição para os políticos que trocarem de partido. "No caso da eleição majoritária, a perda do mandato por mudança de partido seria claramente contraria à soberania popular. Dá-se o cargo para o suplente que não teve voto nenhum e quem o eleitor não sabe nem o nome", disse Barroso.

O ministro José Antonio Dias Toffoli, que já atuou como advogado do PT, utilizou exemplos do próprio quadro partidário para exemplificar porque não se deveria requisitar o mandato de políticos que venceram eleições majoritárias. Ele disse que, caso a presidente Dilma Rousseff decidisse deixar o PT, o partido iria requerer o mandato, mas não saberia para quem destiná-lo. Ele citou também o caso da própria Marta Suplicy, que deixou a legenda, tem o primeiro-suplente filiado ao PR e o segundo-suplente vinculado ao PT. "Como ficam os casos dos senadores e suplentes de diferentes partidos? Como ficariam essas situações que vices e titulares não são do mesmo partido?", questionou.

Marta Suplicy - Assim que o PT pediu, nesta terça-feira, na Justiça seu mandato da senadora, Marta Suplicy ocupou a tribuna do Senado para criticar a postura do partido e atacar o governo da presidente Dilma Rousseff: "O Partido dos Trabalhadores requereu, na Justiça Eleitoral, o meu mandato. E o que disse como argumento? Que eu sou uma oportunista, que eu estou querendo sair do Partido dos Trabalhadores porque quero ser estrela, porque quero ser prefeita, e vários outros argumentos da mesma ordem. Eu saí do Partido dos Trabalhadores por alguns motivos: pela traição do partido aos princípios pelos quais eu ingressei nesse partido. Princípios éticos - hoje basta abrir a página do jornal para ver no que o partido está envolvido. Quem traiu esses princípios foi o governo também, o governo de quatro anos que acabou com a economia brasileira, que criou uma catástrofe, um desarranjo total, que foi incapaz de pedir desculpa ao povo brasileiro e depois incapaz de propor um plano de reestruturação da economia destruída nos quatro anos que antecederam", disse a senadora.

Cartolas presos podem pegar até 20 anos de cadeia


Operação prendeu 7 dirigentes da Fifa suspeitos de corrupção
Operação prendeu 7 dirigentes da Fifa suspeitos de corrupção 

A procuradora-geral dos Estados Unidos Loretta Lynch, responsável por comandar as investigações que prenderam sete dirigentes do futebol mundial nesta quarta-feira, em Zurique, disse que o próximo passo do processo é a extradição dos envolvidos. Acusados de corrupção e desvio de verbas na ordem de 150 milhões de dólares (cerca de 470 milhões de reais), os cartolas detidos podem cumprir pena de até 20 anos de prisão.

O procurador Kelly Currie, de Nova York, acrescentou que o processo de extradição é apenas o ponto de partida das investigações sobre o escândalo de corrupção na Fifa. "Quero ser claro que hoje é só o começo dos nossos esforços. Queremos continuar com a colaboração de todos que estiverem dispostos a trabalhar conosco em esforços contínuos para tirar o futebol desse esquema", afirmou.

As denúncias divulgadas pela Justiça americana incluem 14 acusados - nove dirigentes e cinco empresários - e foram executadas em ação conjunta do FBI e da polícia suíça nesta quarta. "Agradecemos às autoridades que fizeram as detenções. O próximo passo é que os réus cheguem aos Estados Unidos, e vamos pedir às autoridades suíças a transferência de custódia", disse a procuradora-geral Lynch.

De acordo com as investigações, as acusações de desvio de verbas se estendem há mais de duas décadas. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos afirma que os réus, e também a própria Fifa, estão envolvidos em irregularidades nas vendas de direitos comerciais de torneios, de contratos de empresas de marketing esportivo e de transmissão televisiva.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Ex-presidente da CBF e dirigentes da Fifa são detidos na Suíça por corrupção



O ex-presidente da CBF, José Maria Marin, e pelo menos outros cinco dirigentes da Fifa foram detidos pela polícia da Suíça em uma operação surpresa na madrugada desta quarta-feira, em Zurique. As detenções aconteceram a pedido de autoridades americanas, que investigam os cartolas por envolvimento em um esquema de suborno na entidade que já duraria mais de duas décadas. Os dirigentes devem ser extraditados para os Estados Unidos.

As prisões aconteceram no luxuoso hotel cinco estrelas Baur au Lac, onde os cartolas estavam reunidos para a eleição da entidade, marcada para esta sexta-feira.

Câmara barra o 'distritão' na maior derrota de Cunha


Deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) durante essão para análise e discussão da Reforma Política - 26/05/2015

Numa votação que dividiu as bancadas tanto da base governista como do bloco de oposição, o plenário da Câmara dos Deputados barrou a implantação do chamado "distritão", que mudaria o sistema eleitoral brasileiro para pior. Foi a maior derrota de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), principal entusiasta da aprovação proposta, desde que ele chegou à presidência da Casa.

No total, foram 267 votos contra o "distritão", o primeiro ponto do pacote da minirreforma política em votação na Casa. Outros 210 parlamentares votaram a favor. Houve cinco abstenções. Para ser aprovada, a matéria precisava de pelo menos 308 votos.

No "distritão", modelo adotado por países sem nenhuma tradição democrática, como Afeganistão e a Jordânia, e similar ao que o Brasil utilizava até a década de 1940, os deputados mais votados seriam eleitos. É um modelo que fortaleceria o personalismo nas urnas, enfraqueceria os partidos e encareceria as campanhas. O resultado poderia ser, por exemplo, um Congresso Nacional repleto de coronéis dos rincões do país e de figuras com forte apelo popular, como as celebridades de televisão - não por acaso, a emenda acabou batizada no plenário de "reforma Tiririca". As defesas do "distritão" feitas no plenário foram também um primor de populismo e condescendência: segundo os deputados, o povo compreenderia o sistema com facilidade e esta seria uma de suas virtudes.

Antes, a Casa também derrubou propostas para mudar o atual sistema eleitoral para os modelos de voto distrital, distrital misto e lista fechada. Como nenhum deles prosperou, o sistema permanecerá inalterado. Ao menos nesta primeira etapa de votação da minirreforma, a Câmara falhou em satisfazer o desejo, levado às ruas nas manifestações de 2013, de que o sistema político sofresse alguma transformação no sentido de torná-lo mais representativo e transparente.

PT entra com ação para tentar tomar mandato de Marta


Senadora Marta Suplicy

O presidente do diretório estadual do PT de São Paulo, Emidio de Souza, protocolou na tarde desta terça-feira, 26, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), uma ação na qual reivindica o mandato da senadora Marta Suplicy (agora sem partido).

No requerimento, o PT aproveita para dar uma resposta política à senadora, que deixou o partido acusando a legenda de trair os ideais de sua fundação ao protagonizar seguidos escândalos de corrupção. O PT afirma que Marta decidiu deixar o partido não por divergências éticas ou programáticas mas por "ambição política" e "oportunismo eleitoral".

"Não passasse de demagogia mal disfarçada e os motivos contidos na carta de desfiliação da senadora seriam outros - ambição política, oportunismo eleitoral e personalismo desmedido", diz o texto.

O partido se ampara em entrevistas recentes, onde Marta afirma que a escolha de Fernando Haddad (PT) para disputar a prefeitura de São Paulo em 2012 foi a gota d'água para sua decisão de deixar o partido.

A ação do PT foi protocolada um dia antes de o STF julgar uma ação do procurador geral da República, Rodrigo Janot, sobre o mesmo assunto. Janot protocolou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade em 2013 na qual alega que a regra da perda de mandato em casos de infidelidade partidária não deve ser aplicada para cargos majoritários. O caso está na pauta da sessão desta quarta-feira do Supremo.

(Com Estadão Conteúdo)

Oposição protocola representação contra Dilma



Conforme anúncio feito na semana passada, os partidos de oposição protocolaram nesta terça-feira na Procuradoria-Geral da República uma representação criminal contra Dilma Rousseff. Na petição, pedem que a presidente seja responsabilizada pelas chamadas “pedaladas fiscais.”

Assinam a representação os líderes do PSDB, DEM, PPS e SD na Câmara e no Senado. O documento foi redigido pelo jurista Miguel Reali Júnior. Com essa iniciativa, a oposição trilha uma picada alternativa ao pedido de impeachment. “Não foi um recuo”, disse Reali Júnior em entrevista. “Foi uma questão de estratégia, de saber qual era o melhor caminho neste instante. […] O processo criminal é mais grave do que o impeachment.''

Aqui, a íntegra da representação contra Dilma.

terça-feira, 26 de maio de 2015

CGU diz que ProUni beneficiou alunos mortos e estudantes com renda superior ao limite



Uma auditoria da Controladoria Geral da União (CGU) revelou a existência de irregularidades no Programa Universidade para Todos (ProUni). O órgão identificou 47 beneficiários mortos, além 4.421 de bolsistas com renda superior ao exigido até o primeiro semestre de 2012. Também constavam do programa universitários que não eram brasileiros natos ou naturalizados, o que contraria as normas do ProUni. Por outro lado, foi identificado um alto índice de bolsas ociosas: 22%.

O levantamento foi feito através de dados de 1.043.333 bolsistas, 1.548.768 candidatos inscritos no processo seletivo do 1° semestre de 2012 do programa e 1.833.039 familiares dos bolsistas, para que pudessem ver se a renda per capita era compatível para o recebimento do benefício.

A CGU realizou 291 investigações e analisou os anos de 2005 a 2012. Durante a auditoria, foram verificados os mecanismos para a concessão e manutenção de bolsas, além dos dados inseridos no Sistema Informatizado do ProUni (SisProUni)— que contém informações sobre instituições de ensino, bolsas e inscrições.

Os auditores verificaram que em cerca de 12% dos casos, os candidatos aptos a receber a bolsa deixaram de comprovar pelo menos um critério de elegibilidade como escolaridade, residência e renda do grupo familiar. Também foram encontrados beneficiários com duas bolsas ativas, além da seleção de candidatos para campus inativos.

A Controladoria afirma ainda que “houve problemas na alimentação dos dados do SisProUni pelas instituições de ensino, bolsistas com desempenho acadêmico inferior ao estipulado, inconsistência no que a instituição informava sobre bolsas do ProUni e as vagas efetivamente oferecidas no vestibular, entre outros.”

A CGU ofereceu recomendações ao Ministério da Educação, que afirmou realizar auditorias periódicas no sistema e a criação de lista de espera para diminuir o número de bolsas ociosas.

Janot manda recado ao Congresso: ‘Não procuro emprego’


O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, durante coletiva na Procuradoria Geral da República, sobre a apresentação das propostas do Ministério Público Federal para o combate à corrupção

Alvo de ameaças de parlamentares investigados na Operação Lava Jato, que articulam para tentar barrar sua recondução ao cargo, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta segunda-feira que "não procura emprego". Trata-se de um recado direto aos parlamentares, especialmente o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) e os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Os três políticos são investigados em inquéritos do petrolão.

"Todo o Ministério Público brasileiro está unido pela mesma causa, esse gigantesco 'não à corrupção'. É induvidoso, e afirmo após longos 31 anos no exercício de múnus público, a que assumi por concurso público: não procuro emprego. Tenho uma função pública a que assumi por concurso público e a exerço há 31 anos", disse Janot.

"A atuação de todos os membros do Ministério Público brasileiro revela a unidade que nos marca, permitindo que atuemos de forma profissional e despersonalizada. Se um colega não fizer, não se iludam. Outro o fará. Caso um não possa fazer, não se iludam. Outro, com muito mais razão e mais força, o fará", completou.

Ao lançar a campanha #corrupçãonão, o chefe do Ministério Público também defendeu a votação de projetos relacionados à reforma política "que deem novos contornos à representatividade a advinda do povo".

"A corrupção não pode ser vista por nós como algo cotidiano que permeia as nossas vidas. Chegou a hora de dar um basta, é um 'não' firme e corajoso à corrupção. O combate a esse mal deve ter foco não só na atividade de persecução criminal, mas para a prevenção, o controle e a proteção dos recursos públicos, independentemente de sua escala ou monta", afirmou o procurador-geral, que deverá encabeçar a lista tríplice de indicados da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) a ser encaminhada à presidente Dilma Rousseff.

Cunha ignora comissão e leva reforma política ao plenário


O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), antes da sessão para a votação da MP 665, que restringe o acesso ao seguro-desemprego, no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), conseguiu convencer os líderes partidários a ignorar o trabalho de mais de três meses da comissão da reforma política e levar o tema para votação diretamente em plenário. A previsão era de que o colegiado deliberasse sobre o relatório final, de autoria do deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), nesta segunda-feira. Após os dois peemedebistas entrarem em rota de colisão, o parecer foi descartado.

A decisão foi tomada durante um almoço nesta segunda-feira entre líderes do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), do PSDB, Carlos Sampaio (SP), e do DEM, Mendonça Filho (PE), além do líder do governo, José Guimarães (PT-CE). "A melhor oportunidade para discutir e deliberar sobre a reforma política é no plenário. Amanhã [terça-feira] já votaremos vários itens", disse Mendonça Filho.

O cronograma estipulado pelo grupo prevê o sistema eleitoral como o primeiro item da reforma política a ser votado. A ideia de Cunha é inicialmente pautar projetos do modelo de lista fechada e do distrital misto - que devem ser derrubados - para ganhar tempo e tentar encontrar um acordo pelo chamado "distritão", modelo defendido pelo PMDB, no qual o candidato mais votado é eleito. No sistema atual, o cálculo é baseado em um quociente eleitoral calculado com base no somatório dos votos recebidos pelas legendas. Com a definição do sistema eleitoral, entrará em pauta o financiamento de campanha, o fim da reeleição e propostas sobre a duração e a coincidência de mandatos.

Relator da matéria, o deputado Marcelo Castro soube da decisão pela imprensa. "Por que pegar três meses de estudos e jogar fora? Porque o relatório não está do jeito que o presidente esperava? É um atropelo claro, não há justificativa para isso", criticou. Ele terá a função substituída em plenário pelo presidente da comissão da reforma política, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ).

segunda-feira, 25 de maio de 2015

CONSULTORIAS ESPERAM REAJUSTE DE ATÉ 9,5% NA GASOLINA



Além dos aumentos de preços administrados anunciados recentemente estarem surpreendendo para cima, alguns economistas estão incluindo em seus cenários de inflação deste ano um possível reajuste nos preços da gasolina.

Para eles, será necessário reforçar o caixa da Petrobrás por causa da alta da cotação do petróleo no mercado internacional e da desvalorização do câmbio no Brasil. Além disso, a empresa já deu sinais de que vai reajustar os combustíveis.

Essa percepção ganha força na medida em que o mercado acredita que a estatal tem autonomia para decidir sobre sua política de preços independentemente da inflação.

Duas etapas

O economista-chefe do banco Safra, Carlos Kawall, trabalha com um cenário de reajustes nos preços da gasolina em 2015, de 9,5% e de 6,0% na refinaria e na bomba, respectivamente, distribuídos em duas etapas, uma no meio e outra no fim do ano. "A lógica é de que se (o governo) fizer o quanto antes pode fazer menos."

Impacto

Esses números teriam um impacto de 0,24 ponto porcentual no IPCA. Kawall disse que a defasagem entre os preços internos da gasolina ante o mercado externo, que já chegou a ser vantajosa para a Petrobrás em cerca de 40% no ano passado, agora está na faixa de 5,0%.

"Que (o aumento) vem, vem. A questão é a intensidade. O Monteiro foi muito claro", disse Kawall, referindo-se ao diretor Financeiro da Petrobrás, Ivan Monteiro. Na semana passada, o diretor reafirmou que a estatal "tem liberdade e vai praticar preços competitivos e de mercado". Segundo ele, esse é um compromisso da companhia com acionistas e também com o mercado de dívidas, uma vez que a redução do endividamento é tida como prioridade pela atual diretoria.

Diferentemente dos anos anteriores, o mercado agora vê a empresa com autonomia em sua política de preços, sem pressões políticas que pesavam contra reajustes que pudessem elevar ainda mais a inflação.

Nas contas do banco Safra, em 2016, diante da expectativa de um câmbio mais depreciado, um outro aumento nos preços da gasolina, na faixa de 7% na bomba, seria necessário.

Aumentos de combustível

O Banco Sicredi acaba de revisar suas projeções de inflação por causa da expectativa de aumento da gasolina. As estimativas de 8,30% e 5,0% para o IPCA em 2015 e 2016 foram revistas para 8,50% e 5,20% porque agora o banco embutiu aumentos do combustível neste ano e no próximo em seus prognósticos, de acordo com o economista Pedro Ramos.

"A Petrobrás tinha uma vantagem grande, de cerca de 40%, que agora se esvaiu", disse Ramos, lembrando que as cotações da commodity engataram alta no mercado internacional e o real se depreciou bastante nos últimos meses. (AE)

Sob Dilma, a oposição tornou-se desnecessária



Brasília é uma cidade dada a esquisitices. Mas poucas vezes esteve tão surrealista como agora. Nesta semana, prefeitos e manifestantes pró-impeachment encherão os espaços públicos da Capital de protestos contra o governo. Enquanto isso, nos gabinetes, PT e PMDB discutirão, como fazem há semanas, sobre quem é o responsável pela paralisia que produz a atmosfera de permanente insurreição. Um partido acusa o outro. E o ministro Joaquim Levy (Fazenda) acha que ambos estão cobertos de razão.

O PT diz que os caciques peemedebistas Renan Calheiros e Eduardo Cunha conspiram em dobradinha para fatiar as medidas fiscais enviadas por Dilma ao Legislativo. O PMDB reage, indignado, afirmando que quem tem Lindbergh Farias e Paulo Paim como filiados não precisa de traidores.

Lula aponta deficiências na articulação política de Michel Temer. E Temer queixa-se da desarticulação que Dilma provoca na política ao reunir-se com Lula e o concílio de sábios petistas pelas suas costas. O PT reclama de perda de espaços no rateio de cargos. O PMDB revolta-se com a demora na entrega das poltronas prometidas.

Diante de um cenário tão inusitado, a oposição perdeu a serventia. Não resta ao PSDB e aos seus satélites senão a alternativa de se dissolver como partidos do contra e aderir ao bloco governista. Na oposição, não conseguem ter metade do poder de destruição dos aliados.

Aderindo ao governo, os oposicionistas não precisariam mais se esgoelar da tribuna para atazanar Dilma. Passariam a combinar, em longos almoços nos melhores restaurantes de Brasília, as emboscadas contra as correções de rumo idealizadas pelo ex-colaborador tucano Joaquim Levy.

18ª Marcha dos Prefeitos



No ano passado, um coro de vaias promovido por quase quatro mil prefeitos saudou a ausência da presidente Dilma Rousseff, na abertura da 17ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios. O evento foi transformado em discursos de protestos e reclamações dos chefes do Poder Executivo municipais. Além da presidente e do vice, Michel Temer, os demais ministros também não compareceram. 

De amanhã até a próxima quinta, a 18ª Marcha dos Prefeitos estará sendo realizada em Brasília, com mais de cinco mil inscritos. A participação de Dilma Rousseff está marcada para terça-feira, às nove da manhã. Resta saber se, desta vez, ela terá coragem de enfrentar os prefeitos que estão agonizando com o corte de programas sociais ocasionado pelo congelamento de gastos promovido pelo governo petista.

domingo, 24 de maio de 2015

Empresas do Vale planejam crescer com ajuda da China


A montadora chinesa Chery, instalada em Jacareí. Foto: Cláudio Vieira

O país da bandeira vermelha e estrelas douradas entrou no radar de empresas do Vale do Paraíba interessadas em atrair investimentos, principalmente depois que a China sinaliza para mudanças econômicas que podem afetar o mundo.

Crescendo menos do que anos anteriores --estimativa de 6,8% em 2015 ante 9,3% em 2011--, o país mais populoso do mundo diminui a compra de commodities brasileiros, como soja e minério de ferro, e sinaliza interesse em produtos de maior valor agregado.

Nesse contexto, ganham empresas da região, como a Embraer, que podem crescer no mercado asiático.
Na última terça-feira, o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, esteve no Brasil e assinou 35 acordos em vários segmentos. Um deles efetivou a compra de 22 aviões da Embraer, em contrato de US$ 1,1 bilhão.

No ano passado, a fabricante esteve no grupo de companhias brasileiras que exportaram mais de US$ 50 milhões para a China.

Na região, 45 empresas, incluindo a Embraer, venderam produtos para os chineses em 2014. Há 10 anos, o grupo se reduzia a menos de duas dezenas.

“A China é um cliente em potencial que vale a pena ser conquistado, pela importância na economia mundial”, disse o economista Marcos Barbieri, coordenador do Laboratório de Estudos das Indústrias Aeroespaciais e de Defesa da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

Voto distrital: como dividir a cidade sem rachar o eleitorado


Voto Distrital

Conforme avança no Congresso o projeto de voto distrital nas eleições para vereador, ganha relevo uma questão chave para sua adoção: o traçado dos distritos. Pela proposta de autoria do senador José Serra (PSDB-SP), cidades com mais de 200 mil eleitores seriam divididas em tantos distritos quantas são as cadeiras nas câmaras municipais, e o candidato mais bem votado em cada região é eleito. É um modelo que barateia as campanhas, porque cada candidato só concorre em seu distrito, e aproxima o político do eleitor - com a vantagem adicional de ser fácil de entender, ao contrário do atual sistema, o proporcional, com seu famigerado quociente eleitoral. Os críticos do sistema distrital, contudo, apontam o risco de que o desenho dos distritos seja alvo de manipulação política. É um risco real: o traçado viciado das áreas em disputa pode rachar um determinado reduto eleitoral com o único fim de diluir os votos. Mas não se trata de um risco incontornável, como fazem crer os adversários do voto distrital - em particular petistas e partidos nanicos. Ao contrário. Um estudo elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP), ao qual o site de VEJA teve acesso, mostra que é possível definir distritos eleitorais com isenção e rigor, a partir de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Pessôa promete entregar vídeos e planilha de políticos que recebiam propina


ricardo-pessoa

Rodrigo Janot espera receber a planilha e as imagens dos corruptos – Época

Janot espera receber de Ricardo Pessôa – chefe do cartel da Lava Jato e dono da UTC – uma planilha com o nome dos políticos que recebiam propina. Há duas semanas, Pessôa ficou irritado quando seus advogados não conseguiram abrir a tal planilha no computador para mostrar aos procuradores. Pessôa promete, também, entregar imagens dos políticos que visitavam seu escritório para pegar a dinheirama desviada da Petrobras. Era tanta nota que Pessôa perdeu a conta.

MPF DENUNCIA 6 E PEDE PRISÃO DE 1 POR CARTEL NO METRÔ



O Ministério Público Estadual denunciou seis executivos de quatro empresas por formação de cartel e fraude a licitações de R$ 1,75 bilhão para reforma das Linhas 1 e 3 do Metrô de São Paulo e modernização de 98 trens entre 2008 e 2009 (governo José Serra, do PSDB). Um dos denunciados é um ex-diretor da Alstom, Cesar Ponce de Leon, de quem foi pedida a prisão preventiva. Foram denunciados, ainda, executivos da Temoinsa, MPE e Tejofran. A Promotoria não aponta envolvimento de nenhum dirigente do Metrô.

A denúncia do Ministério Público Estadual foi revelada nesta sexta feira, 22, em reportagem do jornalista Wallace Lara, da TV Globo. Segundo o promotor de Justiça Marcelo Mendroni, que subscreve a acusação, os executivos ‘formaram conluios para evitar a efetiva concorrência, através de consórcios, sempre com divisões pré-determinadas dos objetos dos contratos”. Ele atribui aos denunciados ‘oligopólio em conluio’ para a prática de crime contra a ordem econômica.

“(Os acusados) realizaram acordos, convênios, ajustes e alianças, como ofertantes, mediante fixação artificial de preços para fornecimento e instalação de sistemas para transporte sobre trilhos”, afirma o promotor”. Previamente ajustados e com unidade de propósitos, os denunciados, juntamente com representantes de outras empresas ainda não identificados, agindo em nome e para vantagem das empresas que representavam, em relação às quais detinham poder decisório, reuniram-se pessoalmente e comunicaram-se por diversos meios, visando dividir entre eles os contratos administrativos decorrentes dos processos concorrenciais da Companhia do Metropolitano (Metrô).”

No capítulo ‘provas diretas’, o promotor transcreve e-mails trocados entre os dirigentes das empresas. As correspondências foram obtidas em busca realizada em maio de 2013 pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), órgão antitruste do governo federal. O CADE repassou ao Ministério Púbico cópia das comunicações.

Um e-mail, datado de 11 de junho de 2008, antes da publicação do edital, e apreendido na Alstom, é citado pelo promotor. Nesse e-mail, Cesar Ponce de Leon se dirige a outros seis executivos da Alstom a quem relata a necessidade de ‘organização do mercado’ para divisão de certame. Ele sugere a formação de de um ‘grupo forte’ para ‘dividir parte do bolo’.

O promotor avalia que “já se trata de ‘organização ilícita das empresas em consórcio’, porque demonstra o objetivo de fraudar a concorrência em evidente divisão do mercado”. O e-mail foi redigido em inglês.

“Eu penso que o ponto mais importante é a ‘organização do mercado’. Na apresentação foi dito que nós montaremos consórcios. Mas nada foi dito sobre os potenciais parceiros. Eu sei que se trata de uma sensível questão local mas nós devemos montar um grupo forte para nos certificarmos da divisão do bolo (dentro do consórcio e deixando algo para outros grupos)”, escreveu Ponce de Leon.

O promotor Mendroni considera que o crime de cartel “consuma-se no momento em que os acusados, mediante qualquer conduta de ‘ajuste’, formalizam entre eles o ajuste”.

“Trata-se de crime formal, aquele que se consuma independentemente da obtenção do resultado”, argumenta o promotor. “O ‘ajuste’ é suficiente para ensejar a sua consumação. Tanto é assim, que o próprio tipo penal refere que o cartel é formado ‘visando’ e não ‘obtendo’ resultado de fixação artificial de preços. Significa que o crime se consuma, mesmo que depois as empresas não consigam efetivamente, por qualquer razão, praticar os preços combinados.”

O promotor sustenta que ocorreu uma reunião entre os integrantes do cartel em 23 de setembro de 2009, representantes de 10 empresas, “onde se elaborou uma tabela com 4 opções de divisões dos lotes 1, 2 e 3 e respectivos valores de subdivisão para cada empresa”.

O promotor Mendroni. “Não houve, de fato, concorrência nestas licitações, na medida em que não existiu disputa entre as empresas para cada lote. Houve apenas lances isolados das empresas consorciadas, conforme prévia divisão dos contratos entre elas e nos termos das mensagens trocadas entre seus representantes, os denunciados. Cada consórcio formado nos termos dos acordos concorreu, ou melhor, apresentou proposta isoladamente.”

Segundo o promotor, no caso dos autos, as licitações, “ambientes propícios para a atuação de cartéis, se configuraram por alguns aspectos característicos de atividades anticoncorrenciais”. Mendroni afirma que os denunciados, “representando suas empresas, agiram criminosamente’ em cinco etapas dos processos de concorrência.

a) Fixação de Preços: acordo estabelecido entre os potenciais concorrentes para fixar preços e impedir que as propostas ficassem abaixo de um ‘preço base’; b) Direcionamento: uma definição de quem venceria cada certame na divisão dos lotes, bem como as condições econômicas nas quais essas licitações seriam adjudicadas; c) Divisão de Mercado: representada pela divisão de um conjunto de licitações entre membros do cartel, que, assim, deixam de concorrer entre si. d) Supressão de propostas: concorrentes que eram esperados nas licitações não comparecem ou, comparecendo, não ofereceram proposta, com intuito de favorecer determinados licitantes previamente estabelecidos em Consórcios; e) Rodízio: acordo pelo qual os concorrentes alternaram-se entre os vencedores.
“Conluiadas, estas empresas, por intermédio dos seus representantes denunciados, fraudaram os procedimentos licitatórios referidos e estabeleceram regras próprias do cartel, reuniram-se e comunicaram-se de forma a fixar as empresas participantes das concorrências, os correlatos consórcios e os respectivos valores, de modo a pré-estabelecer a Empresa/Consórcio que deveria vencer cada lote posto em disputa, violando assim criminosamente as Leis naturais da economia, especialmente a da livre concorrência. Os denunciados, com suas condutas, também fraudaram os Procedimentos Licitatórios do Metrô, acima referidos que se destinavam a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a seleção da proposta mais vantajosa para a Administração Pública, prejudicando o julgamento em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade e do julgamento objetivo.

Em nota, a Alstom ressaltou que “respeita as leis brasileiras e as regras dos editais das licitações de que participa”. A empresa informou que César de Leon “não faz mais parte do quadro de funcionários”.

Leon não foi localizado. Investigadores do cartel suspeitam que ele está residindo na Espanha.

A Tejofran tem rechaçado taxativamente suspeita sobre a conduta de seus executivos. A Tejofran afirma que jamais participou de cartel e põe sua contabilidade à disposição da Justiça.

A reportagem não localizou representantes da Temoínsa e da MPE.

O Metrô, desde que a Promotoria rastreia o cartel, reitera que tem colaborado com as investigações. (AE)

sábado, 23 de maio de 2015

Desonestidade intelectual (Chacoalhando o Bambuzal)



Os sofistas, na Grécia Antiga, valiam-se de técnicas de argumentação em que o que menos importava era a verdade. Importava vencer a discussão. Para tanto, desenvolveram a erística, expediente baseado na habilidade verbal e na acuidade de raciocínio, manejadas de modo a confundir o interlocutor.

É bem verdade que o truque só funcionava com gente menos preparada, que, ontem como hoje, corresponde à maioria dos que ocupam os espaços públicos de debate. Sócrates, Platão e Aristóteles não caíam nessa armadilha. Mas quantos desses dispomos?

No curso do tempo, o termo sofisma passou a designar uma mentira com aparência de verdade, que serve para produzir a ilusão da verdade. A partir dela, possibilita a construção de raciocínios lógicos, que lhe dão aparência de realidade, mas apresenta uma estrutura deliberadamente enganosa. Essa técnica foi resumida, em seu conteúdo moral, na máxima de Joseph Goebbels, o ministro da Propaganda de Hitler: "Uma mentira, repetida mil vezes, vira verdade".

Diariamente somos bombardeados, por uma emissora de rádio, com imensa quantidade de asneiras, mentiras e contradições de envergonhar a maioria dos cidadãos caçapavenses. O programa, veiculado no período da manhã, é comandado por um sofista profissional que tem na rádio de sua propriedade seu único e confortável refugio para expressar sua enganação intelectual. Fora da rádio, os Sócrates e Aristóteles caçapavenses lhe deram uma “bela banana”. Ele se candidatou duas vezes a deputado e uma a prefeito. Apesar da rádio e das propagandas em causa própria, perdeu feio em todas as disputas. Aqui não “bernardão”! 

É claro que o assunto aqui é sobre política, e é nela que os caçapavenses devem se concentrar a partir de agora. Ano que vem tem eleição municipal.

Caçapava é rica em homens cultos e estudados, em homens preparados e experientes, e a cidade precisa de apenas 11 eleitos (10 vereadores e 1 prefeito). Escolher os melhores é necessário. Largar mão dos fanfarrões, das vedetes políticas, dos companheiros de fé, é muito necessário. Parar de tratar cargos públicos como prêmio também é necessário. Uma cidade é tão ou mais complexa que uma grande empresa, precisa de gente bem formada, preparada, experiente e com vontade de trabalhar.

Caçapava está um caos na saúde, faltam médicos e o atendimento é precário, como vêm denunciando alguns vereadores na Tribuna da Câmara. O que faz o atual prefeito? Tira o “corpo fora”. A FUSAM não é problema dele, como ele costuma dizer na rádio. Ele enfia na FUSAM, por ano, milhões de reais do povo caçapavense. Ele nomeia o presidente e coloca gente dele no conselho da FUSAM, mas ele acha que o problema não é dele. No raciocínio desse “administrador da cidade”, é melhor encher a prefeitura de comissionados, ele é recordista nisso, que contratar médicos.

Outro caso que vem prejudicando o povo, e nesse caso o silêncio é geral. É o problema das caçambas de entulho. Lembrando: Vereadores flagraram máquinas da prefeitura trabalhando, de forma irregular, num terreno particular de uma empresa de reciclagem. As máquinas foram retiradas, porém o preço das caçambas passou de aproximadamente R$ 70,00 reais para perto de R$ 220,00 reais. Pela primeira vez na história da cidade o cidadão não tem um terreno determinado pela prefeitura para descarte de entulho, sendo obrigado a pagar um preço extorsivo ou descartar, por aqueles que não podem pagar, de forma irregular em qualquer lugar da cidade, o que pode estar colaborando e muito para a proliferação do mosquito da Dengue. Neste caso estranho, esquisito e malcheiroso falta também uma participação investigativa urgente de todos os vereadores, dizem, não sei, tem coisa aí. É preciso investigar!

Estes são apenas alguns casos, têm muito mais. 

A cidade não vive de “conversa mole”, de discursos mentirosos e omissões. A cidade precisa de planejamento, organização e respeito. A cidade precisa de 11 eleitos preparados, bem formados e a fim de servir ao povo. São só 11. Não é difícil. Escolher bem é a parte do povo.

Valério pediu R$200 milhões para poupar Lula


Os segredos do mensalão, dez anos depois

Marcos Valério disse que, se o PT não lhe desse 200 milhões de reais, ele contaria os detalhes do envolvimento direto de Lula no Mensalão.

O episódio ocorreu, segundo a Veja, em 13 de fevereiro de 2006.

A chantagem deu certo.

Um confidente de Lula, sob anonimato, declarou à revista: "Um dia, um grande empresário me contou que havia sido surpreendido com um pedido de depositar recursos numa conta no exterior. O dinheiro era para o Valério".

Corte é início da presidência acidental de Levy



Quando Dilma Rousseff anunciou que um eleitor de Aécio Neves cuidaria da chave do cofre, a plateia ficou com todo o direito de suspeitar que o poder tinha mudado de mãos e que o verdadeiro chefe do Estado brasileiro passaria a despachar no Ministério da Fazenda. O supercorte orçamentário de R$ 69,9 bilhões anunciado nesta sexta-feira funciona como uma posse informal da Presidência da República pelo ministro Joaquim Levy, mesmo que temporariamente. Levy queria mai$. Dilma brinca com o perigo ao desagradá-lo.

Algumas pessoas avaliam que a ascensão de Levy coloca as coisas finalmente nos seus devidos lugares. Enquanto os petistas fazem cara de nojo, Christine Lagarde, a diretora-gerente do FMI, avalia que o ajuste fiscal —pode me chamar de sorvo de gigante— e a alta de juros colocam o Brasil “claramente no caminho certo”. Lagarde espera mais do governo Levy: uma reforma tributária que barateia os negócios e um plano de concessões à iniciativa privada que melhore a infraestrutura.

Quem ouve as palavras de madame Lagarde fica com a impressão de que a turma da CUT está sendo injusta ao criticar Levy, suas boas intenções e seu aperfeiçoamento em Chicago. Este ainda é um governo do PT. Mas a economia derrete, o PMDB se assanha e o Lula virou crítico número um da Dilma. Alguém tinha de cuidar do expediente. Depois de tudo o que disse na campanha eleitoral, Dilma se desmoralizaria se aparecesse na tevê defendendo o aperto no seguro-desemprego. O papel de marionete constrange menos que o de mentirosa.

A duração da presidência acidental de Joaquim Levy depende da capacidade que o ego de Dilma terá de convencer a presidente das vantagens de manter a ilusão de que é ela quem manda. Um governo Levy breve seria um alento para a conta bancária dele, que voltaria a receber o salário de diretor do Bradesco. Para Dilma 2, a saída do presidente informal antes do fechamento do buraco aberto por Dilma 1 empurraria o Planalto para o insondável.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Certidão de óbito de José Janene


Veja o documento publicado nesta página.

É a certidão de óbito de José Janene, aquele que a CPI da Petrobras pensou em exumar, para esclarecer se ele simulou ou não a própria morte.

O declarante não é um parente de José Janene: é Alberto Youssef.

Alberto Youssef não se dedicou apenas a lavar o dinheiro roubado por José Janene - ele se dedicou até mesmo a enterrar seu cadáver.


O Antagonista

REFORMA POLÍTICA LIBERA TROCA-TROCA DE PARTIDOS



Além de impedir que partidos nanicos tenham acesso aos R$ 868 milhões do fundo partidário, o projeto da reforma política libera políticos eleitos a mudar de partido sem risco de perder o mandato, mas só pelos dois meses após a promulgação da lei. Hoje e após a janela de sessenta dias, político que se desligar do partido pelo qual foi eleito perde o mandato, salvo em casos como a criação de nova legenda.

A mudança na partilha do fundo partidário deve levar deputados de 16 pequenos partidos a usar a brecha para trocar de legenda.

Partidos em vias de criação como o Rede, de Marina Silva, e o PL de Gilberto Kassab (Cidades) vão nascer sem dinheiro e sem deputados.

Ao contrário de senatus, que vem de “ancião” em latim, a idade mínima de nossos senadores será reduzida para 30 anos na reforma política.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Candidatura possível


Barbosa: possibilidade

O tempo passa, o tempo voa e o prestígio de Joaquim Barbosa continua inalterado.

Barbosa fez uma palestra na Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), em São Paulo, onde falou sobre a ética nos negócios.

Foi uma chuva de palmas quando seu nome foi anunciado. E tome aplausos ao final da última pergunta da plateia a que respondeu.

O tema é recorrente: a possibilidade de virar candidato em 2018. Mas Barbosa, desta vez, ao menos admitiu a possibilidade, algo que não é do seu estilo.

- O senhor vai nos dar o privilégio de ser o presidente da República em 2018?

Respondeu Barbosa:

- Tornar-se um presidente seria a honra suprema, mas acho que antes preciso ter essa vontade. Até agora não tive. Isso não quer dizer que daqui a alguns anos eu não possa vir a ter.

JOÃO VACCARI AMEAÇA O PT COM DELAÇÃO PREMIADA



O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que está preso em Curitiba, deixou a direção do partido em pânico. Sentindo-se “abandonado”, ameaça fazer acordo de delação premiada e revelar à Justiça o papel da “cumpanherada” no assalto à Petrobras. Ligado a Lula, de quem é homem de confiança, Vaccari mandou recados exigindo “postura firme” do partido em sua defesa, inclusive fazendo pressão no Judiciário.

Familiares e amigos próximos de João Vaccari se dizem preocupados com informações sobre o “estado depressivo” do petista, na cadeia.

Acordos de delação na Lava Jato têm sido propostos pelos acusados ao final do primeiro mês de prisão. Vaccari está preso há 36 dias.

Vaccari tem muito a revelar: segundo o ex-gerente Pedro Barusco, o PT recebeu até R$ 200 milhões de propina, entre 2003 e 2013.

João Vaccari anda preocupado com a situação da família, inclusive da cunhada que chegou a ser presa. Ele exige imunidade para todos eles.

COLLOR CHAMA RODRIGO JANOT DE 'CHANTAGISTA'



Alvo da Operação Lava Jato, o senador Fernando Collor (PTB-AL) chamou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de "chantagista" por ele ter pedido a quebra do seu sigilo fiscal e bancário. "Essa conduta, para mim, tem nome. O nome dessa conduta é chantagem. Só que o sr. Janot, o chantagista, comigo não se cria: estiola", disse.

Em discurso feito na tarde desta quarta-feira, 20, na tribuna do Senado, Collor afirmou que Janot decidiu fazer a solicitação ao Supremo Tribunal Federal (STF) depois de ter vindo a público a notícia de que ele havia protocolado quatro representações no Senado que poderiam resultar no impeachment do procurador-geral.

O senador, entretanto, apresentou os requerimentos no dia 12, e os pedidos de quebra de sigilo de Janot chegaram ao Supremo cinco dias antes, no dia 7. A quebra de sigilo foi autorizada na última segunda-feira e será usada pelos investigadores para checar eventuais depósitos mencionados pelos delatores da Lava Jato.

Desde que virou um dos 50 investigados no STF por suposto envolvimento em desvios na Petrobrás, Collor tem acusado o procurador-geral de agir sem critério ao fazer suas acusações.

A Polícia Federal, porém, encontrou no escritório do doleiro Alberto Youssef em São Paulo comprovantes de depósitos bancários de dinheiro destinados a Collor. O próprio Youssef, posteriormente, afirmou em sua delação ter feito vários depósitos para o senador. (AE)

quarta-feira, 20 de maio de 2015

O ATO E O FATO


Brasilino Neto
Caros leitores, presto aqui três informações, e explico porque faço isto:

1 – Perdoem-me o descuido, pois assentei nas matérias anteriores que o indicado para o Supremo Tribunal Federal era José Edson Fachin, enquanto o correto é Luiz Edson Fachin.

2 – Que em média uso uma hora para escrever estes artigos semanais.

3 – E para a matéria desta semana usarei somente 7 (sete) minutos.

A explicação:

O tema de “O ato e o Fato” da semana passada foi: “O que fazer, além de orar?”

Fiz referência à incompreensível batalha travada para a indicação do jurista Luiz Edson Fachin que hoje, 19 de maio de 2015, foi aprovado para a vaga do Supremo Tribunal Federal por 52 votos a favor e 27 contra e 1 abstenção.

Assim, por ter visto na sessão de votação só o Senador Magno Malta, Espírito Santo, fazer discurso no momento e a aprovação ocorrer em menos de 10 minutos, usarei somente estes 7 referidos minutos, pois o restante que invisto para a elaboração da matéria, vou aproveitar para acender uma vela e orar para que o Ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Edson Fachin seja o Luiz Edson Fachin que se apresentou na sabatina da CCJ – Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado e não aquele em que ele mesmo se referiu como “Pensador Acadêmico”.

Inicio agora: “Ave Maria cheia de graça ...”, o resto desta Oração vou fazer recolhido em meu silêncio de brasileiro que ainda espera que um dia as “coisas” mudem neste país.

Janene está vivo? CPI suspeita que sim...


José Janene, político brasileiro
'COMENDADOR' – José Janene, ex-deputado federal do PP,
morto em 2010. CPI quer exumação do corpo

Do mensalão ao petrolão, passando por quase todas as etapas da Operação Lava Jato e falcatruas associadas, um nome sempre foi uma constante no triste repertório da corrupção brasileira: o do ex-deputado federal José Janene, líder do Partido Progressista na Câmara, morto no dia 14 de setembro de 2010.

Expert na barganha de cargos e verbas, Janene foi apontado pelo operador do mensalão, Marcos Valério, como um dos políticos responsáveis por receber e partilhar com a bancada a propina. Na Lava Jato, foi citado pelos envolvidos como principal articulador dos desvios na Petrobras para abastecer o PP, o que, para alguns investigadores, também é uma estratégia da defesa: culpar o morto. Janene era o padrinho, por exemplo, da indicação de Paulo Roberto Costa para a Diretoria de Abastecimento da Petrobras.

Porém, nesta quarta-feira uma informação misteriosa sacudiu a CPI da Petrobras em Brasília. O presidente da comissão, Hugo Motta (PMDB-PB), afirmou que pedirá a exumação do corpo do ex-deputado porque recebeu a denúncia de que ele estaria vivo. Mais: o enredo ganharia contornos de novela porque Janene estaria morando escondido em um país da América Central. "Não há relatos de que alguém viu o senhor José Janene morto", afirmou Hugo Motta.

A suspeita, segundo o parlamentar, teria partido da viúva, Stael Fernanda Janene, que afirmou não ter visto o corpo antes do enterro - o caixão estava lacrado, apesar de a causa da morte ser uma complicação cardíaca.

Cardiopata, Janene morreu na fila por um transplante. Na época, tinha 55 anos e estava internado para uma cirurgia de troca do cardiodesfibrilador implantado no Incor, em São Paulo.

Senado aprova Fachin, eleitor de Dilma, para o Supremo


O jurista Luiz Edson Fachin
UM JURISTA QUE TEM LADO – Luiz Edson Fachin

O Senado Federal aprovou nesta terça-feira o nome de Luiz Edson Fachin para a cadeira que era de Joaquim Barbosa no Supremo Tribunal Federal (STF). O indicado por Dilma Rousseff teve 52 votos a favor e 27 contrários - um terço da Casa -, em deliberação secreta.

Os 27 votos contrários têm as digitais do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), insatisfeito com o governo, que trabalhou pessoalmente nos bastidores para tentar barrar a indicação.

Ao abrir a sessão, Renan se defendeu: "Esse processo de indicação do nome para a presidente do STF eu fiz exatamente o que cabe ao presidente do Congresso e do Senado fazer: conduzi esse assunto com absoluta isenção".

​O senador capixaba Magno Malta, do PR, foi o único a usar a tribuna para discutir a indicação. Ele defendeu o voto contrário a Fachin por causa das posições dúbias do ministro a respeito de temas como a legalização das drogas e a concepção de família.

Fachin poderá ficar no Supremo até 2033, quando completará 75 anos de idade.

Resultado - Ronaldo Caiado, líder do DEM, lamentou o resultado: "Existe uma identificação direta político-ideológica com o PT. E isso tira dele aquilo que é fundamental para um juiz, que é a imparcialidade".

Um grupo de manifestantes do Movimento Brasil Livre (MBL) organizou um buzinaço contra Fachin ao lado do Congresso Nacional antes e depois da votação.

Trajetória - O STF terá nos próximos anos um ministro que descumpriu a lei. Fachin atuou como advogado particular enquanto era procurador do Estado do Paraná e recebeu recursos para defender o governo paraguaio ao mesmo tempo em que era professor da Universidade Federal do Paraná. Nos dois casos, descumpriu a legislação vigente à época.

Fachin também defendeu posições heterodoxas sobre a família - que, na visão dele, não pode manter o modelo monogâmico. Ele ainda manifestou-se pela flexibilização do direito à propriedade para permitir o confisco de terras produtivas para a realização da reforma agrária.

O novo ministro declarou explicitamente seu apoio à eleição da presidente Dilma Rousseff, em 2010. Ele protagonizou um dos vídeos da campanha no qual disse fazer parte de um grupo de juristas que "têm lado".

Gaúcho de Rondinha, Fachin tem 57 anos. Formou-se em direito na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e completou mestrado e doutorado pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo. Em 1991, passou a lecionar na UFPR.

Governo retoma práticas que acabam em Lava Jato



A reiteração de grandes escândalos —o petrolão sucedendo o mensalão— significa que o governo não aprende com seus erros. Em vez de buscar o caminho da moralidade, afunda-se nos velhos vícios. Politicamente enfraquecida, Dilma Rousseff reativou o toma-lá-dá-cá em pleno governo de continuidade. Levou ao balcão uma centena de cargos. E cuida para que os chefes partidários sintam-se contemplados com “espaços” na administração pública. Pode não dar em nada. Mas esse é justamente o tipo de prática que costuma desaguar em operações como a Lava Jato.

Nesta terça-feira (19), o senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP federal, emplacou o ex-deputado federal Felipe Mendes na presidência da Codevasf, a Cia. de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba. Foi uma espécie de prêmio de consolação. Nogueira ambicionava a presidência do Banco do Nordeste. Mas para essa cadeira Dilma nomeou o economista Marcos Holanda.

Trata-se de um apadrinhado do líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE). Marcos Holanda tomou posse há cinco dias. Ao discursar, agradeceu sua nomeação a Dilma, ao ministro Joaquim Levy e a Eunício, cuja malograda campanha ao governo do Ceará ele coordenou, no ano passado. A coisa começa assim. Se desandar, os padrinhos renegam os afilhados. E a madrinha diz “eu não sabia”.

Suprema ousadia: eleita com a promessa de transformar o Brasil, Dilma torna o país cada vez mais igual ao que sempre foi. E fica moralmente cada vez mais parecida com Lula, em cuja administração a Petrobras foi ao balcão. Muitos críticos do sistema sustentam que os partidos não têm jeito. Verdade. Mas essa não é a principal encrenca. O problema começa em quem oferece vantagens. PMDB, PP e congêneres apenas jogam o jogo que lhes foi proposto. Nesse ritmo, Dilma acaba extinguindo o direito do brasileiro de ser otimista.