domingo, 10 de abril de 2011

Família Sertaneja


As duas faces da música sertaneja


Se há um gênero musical em voga no Brasil, este é o sertanejo. Do ano passado para cá, uma turba de jovens músicos invadiu o cenário artístico popular, carregando consigo a história de uma das combinações mais originais e respeitadas do Brasil – empurrando roqueiros e forrozeiros a um segundo plano.

Como toda nova geração, porém, também rompeu com parte da tradição, promovendo ousadas transformações. Talvez por isso, aproximaram-se da juventude com notável facilidade. Quando Zezé Di Camargo e Luciano foram descobertos, nos últimos anos da década de 80, não existia o tal “sertanejo universitário”. Aliás, reza a lenda que sequer havia universidades no sertão. E o “meteoro” do Luan Santana não passava nem perto do planeta Terra.
O fato é que essa nova cara da música sertaneja é muito diferente do som consagrado por uma série de duplas e cantores solo nos últimos 20 anos. É, portanto, um feito admirável o dos irmãos de Pirenópolis lançar, em meio à explosão dos “acadêmicos”, um disco que homenageia justamente a pureza do ritmo.
Double Faces, produzido no ano passado e provável referência para o repertório que eles apresentam nesta virada de sábado para domingo, no Complexo Gazeta/Inside, reúne além de músicas inéditas, regravações de antigos modões de viola. Um aspecto interessante é que o disco também resgata o formato físico dos vinis, com lado A e lado B – por isso o título.


Chitãozinho e Xororó levam ao Vivo Rio apresentação que celebra seus 40 anos


José e Durval eram garotos que amavam os Beatles e os Rolling Stones - e Tonico e Tinoco, Bee Gees, Belmonte e Amaraí, Elton John, Roberto Carlos, Neil Diamond... Aproximando seus amores, os irmãos, conhecidos como Chitãozinho e Xororó, redefiniram (diluíram para alguns, revolucionaram para outros) a música sertaneja, fundando uma escola que une a excelência de produção e os timbres da música pop ao universo das antigas duplas - tornando o gênero cada vez mais urbano também ao mergulhar no romantismo. Uma história que tem ecos na música brasileira contemporânea - óbvios, como no caso dos neosertanejos, ou inusitados, como na geração emo - e que será contada hoje no Vivo Rio, quando chega à cidade a turnê que celebra os 40 anos de carreira dos artistas, iniciada em 2010.
- Quando começamos a gravar, em 1970, já pensávamos em sair do instrumental de acordeom, viola e violão, mas não conseguimos. Demoramos oito anos para chegar lá - lembra Chitãozinho.

Chitaozinho e Xororo com Zeze di Camargo e Luciano - Tristeza do Jeca:
 

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